Kenja no Mago – Episódio 6

A História de Origem

Episódio 6 – A História de Origem

No dia seguinte à derrota do monstro, o treinamento com a Michelle ficou ainda mais intenso.

— Por que será?

Tanto o vovô quanto a vovó Merida estavam estranhos. A atmosfera entre eles estava, digamos, esquisita.

— Por que será?

Depois de um dia meio confuso, logo após sair do banho mágico que criei, o vovô veio falar comigo.

— Shin, tem um tempinho?

— O que foi, vovô?

— Preciso te contar uma coisa.

— Hum…

Ah, a vovó e a Michelle já tinham ido embora. Elas não costumam dormir aqui, apesar de parecerem estar sempre por perto.

Então, começamos a conversa, apenas eu e o vovô.

— Na verdade, quero te falar sobre sua origem, Shin.

— Minha origem?

Será que ele vai contar como me encontrou?

— A verdade é que você não é meu neto de sangue.

— O quê?

… Desculpa, mas isso eu já sabia…

— Perdão, nunca te contei antes.

— Não tem problema…

Melhor eu seguir o jogo.

— Então… se eu não sou seu neto de verdade, por que estou vivendo com você?

— Isso foi há nove anos. Eu estava indo fazer compras numa cidade próxima e, por acaso, peguei a estrada. Aí começou a chover e resolvi me abrigar na floresta ao lado.

— Chuva…

Ah, lembro que estava chovendo mesmo naquela vez.

— Foi então que vi uma carroça, que parecia ter sido atacada por monstros… estava tudo destruído.

Monstros… uma carroça atacada… já dá pra imaginar o que aconteceu.

— Ao redor, só destroços e… bem… corpos devorados. Achei que não haveria sobreviventes, mas queria prestar minhas homenagens, então me aproximei. E aí ouvi o choro de um bebê no meio dos destroços.

Nessa hora, o vovô me olhou fixamente.

— Corri para achar de onde vinha o choro. E o bebê que encontrei era você.

— Então era eu…

— Provavelmente você desmaiou com o impacto do ataque e o frio da chuva te deixou em estado de quase morte, por isso os monstros não te perceberam.

Ah, agora faz sentido. Eu sempre me perguntei como sobrevivi. Talvez o choque tenha despertado minhas memórias da vida passada e me tirado do estado de quase morte.

— Não sei por que você voltou do estado de quase morte, mas quando me aproximei, você voltou a respirar. Achei que fosse um sinal do destino, então te trouxe para casa.

— E… quem são meus pais?

— Desculpa, mas estava tudo tão destruído que não deu para identificar nada sobre eles.

— Hum, entendi.

— Você não parece muito abalado…

É que…

— Eu não tenho lembranças deles, então…

— Isso faz sentido.

Além disso…

— Além disso, tenho você, vovô.

— …!

Exato, mesmo não sendo meu avô de sangue, ele cuidou de mim com tanto carinho.

— E ainda tem a vovó Merida, o tio Michel, o tio Dis e a Chris. E o Zeke, que é meio encrenqueiro, mas também faz parte da família.

Algumas dessas pessoas ainda não apareceram, mas são importantes.

— Então, nunca me senti sozinho por não ter pais. Pelo contrário, às vezes é até bastante barulhento!

— Shin…

Por isso…

— Então, vovô…

— Sim?

— Obrigado por ter me encontrado.

Por ter salvado minha vida.

— Obrigado por me salvar.

Por sempre me alimentar bem.

— Obrigado por cuidar de mim.

Por me ensinar tanta magia.

— Eu sou muito feliz por ter sido encontrado por você.

Depois de tanta desgraça ao nascer, minha vida está tão completa agora. Isso é felicidade.

— Shin… ugh… uuuu… uoooo…

O vovô começou a chorar. Mas falei do fundo do coração. Ainda bem que pude dizer isso.

Obrigado, vovô.

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