Kenja no Mago – Episódio 9

Mudança para a Capital

Episódio 9 – Mudança para a Capital

Descobri uma verdade chocante.

Vovô e vovó já foram casados.

Bem, eu sempre achei que eles eram bem à vontade um com o outro, mas nunca imaginei que realmente fossem casados.

Mas, já que há um ‘ex’, algo deve ter acontecido, e embora eu quisesse perguntar, não é algo fácil de perguntar.

Provavelmente, quando surgir a oportunidade, eles me contarão. Até lá, vou esperar.

Enfim, é hora de começar a mudança. Com a magia de armazenamento espacial, empacotar as coisas é muito fácil. Neste mundo, os magos dominam o mercado de mudanças.

Terminamos a mudança rapidamente e logo partiremos para a capital. Estou animado para ver como será a vida por lá.

Tive um enorme carinho por esta casa, já que vivi aqui por quatorze anos desde que vovô me acolheu.

Aliás, vamos deixar esta casa intacta. Ela terá barreiras para impedir invasores e preservar seu estado, então não sofrerá deterioração. Viva a magia!

Foi a vovó Merida quem preparou essa ferramenta mágica. Ela sempre cuidou de nós de várias maneiras.

Por isso, fiz uma proposta.

— Vovô, quão grande é a casa na capital?

— Bom, como foi um presente do reino, é grande. Não lembro quantos quartos tem.

Sério?

— Ah, esse velhote… São vinte quartos, um salão para pequenas festas, uma enorme sala de estar com lareira e sofás para dez pessoas. Há uma sala de jantar para vinte pessoas e um banheiro. E é uma cozinha, não um simples cômodo.

Gigantesco!

— Uau, vovó, você sabe tudo, né?

— Claro, já fui casada com esse velhote. Eu também morei naquela mansão.

— Entendi. Ei, vovó?

— O que foi?

— Que tal morar com a gente?

— Pffft!

— O que você está falando?!

O vovô cuspiu o chá e gritou o nome de algum jogador famoso, enquanto a vovó ficou toda vermelha.

— É que, se você se lembra tão bem dos cômodos, deve ter sido porque cuidava deles quando morava lá, né? Seria ótimo ter alguém que conhece a casa tão bem.

Olhei de lado.

— Morar sozinho com o vovô numa casa tão grande me deixa um pouco inseguro.

Olhei de novo.

— Vovó, preciso da sua ajuda!

Olhei mais uma vez.

— Ai, ai, você é teimoso. Tá bom, vou morar com você.

— Sério?! Que ótimo!

— Shin… você tem tanto medo de ficar sozinho comigo?

Desculpa, vovô. Não é bem isso, mas eu realmente queria que a vovó também morasse com a gente.

Eu nunca disse isso por respeito, mas agora que conheço a história, acho que está tudo bem. Não é que eu queira que eles voltem a ser um casal; só queria viver com os dois.

Então, decidimos que a vovó também vai morar com a gente, e partimos os três para a capital.

Infelizmente, como só posso usar o portal para lugares que conheço, vamos de carruagem. Foi o tio Tom que providenciou a carruagem, que tem uma cobertura onde podemos descansar.

Na verdade, a viagem até a capital não leva nem um dia.

Afinal, não faz sentido que o rei venha frequentemente até nossa casa se fosse tão longe. Na verdade, pediram para o vovô não ir muito longe quando ele se aposentou.

Tio Dis… enfim, vamos pular a parte da viagem.

Não aconteceu nada digno de nota mesmo!

Com o sol e o balanço da carruagem, era difícil não cochilar.

Finalmente, chegamos à capital.

Após esperar na longa fila que se estendia do portão, finalmente chegou a nossa vez.

— Vocês têm identificação?

Perguntou o soldado que cuidava da entrada.

Identificação?

— Aqui está.

— Aqui também.

Vovô e vovó entregaram as identificações. E a minha?

O soldado ficou surpreso ao ver as identificações de ambos. E eu sem a minha?

— O senhor é o ‘Sábio Merlin’ e a senhora é a ‘Mestra Merida’?

Ele gritou, chamando a atenção de todos.

Sábio? Mestra?

Olhei para os dois.

— Foi na juventude! — disseram ao mesmo tempo.

Enquanto eu estava confuso com os títulos, a multidão começou a se agitar.

— O sábio está aqui!

— Sério?

— Ouvi dizer que a mestra está aqui também!

— Sábio! Mestra!

Uau, o alvoroço começou.

— Desculpe, mas podemos resolver isso rapidamente antes que cause mais tumulto?

— Claro! Desculpe-nos! E, e este jovem é?

— Chamaram de jovem! Primeira vez que ouço isso! Que sensação estranha.

— Esse é o Shin. Shin Walford, nosso neto.

— Seu neto? Por favor, sigam em frente!

— Obrigado. Bom trabalho.

— Obrigado!

O soldado estava quase chorando. Vovô e vovó ainda são heróis neste reino. Mesmo que não seja sobre mim, sinto muito orgulho.

Ainda sob os olhares da multidão, seguimos para a nova casa na capital. A capital é mesmo cheia de gente. Mesmo tendo vivido no Japão e conhecido a agitação de Tóquio, é a primeira vez que vejo tanta gente neste mundo.

Enquanto caminhava pela cidade, observando a multidão pela primeira vez em quatorze anos.

É uma cidade bonita. As ruas são todas de paralelepípedos, e as construções, de pedra. Observando bem, vi que usam concreto, o que não é estranho já que o mundo anterior também usava concreto na Roma antiga. Não há lixo nas ruas, e parece mesmo um cenário europeu moderno.

Após uns trinta minutos de carruagem…

Que cidade grande! Dá pra ter uma ideia do tamanho da capital.

Ainda dá pra ver o castelo ao longe.

O castelo é cercado por casas de nobres e comerciantes ricos, formando um bairro, e, fora dele, há as casas dos plebeus.

Estamos indo para a casa que fica entre o bairro dos plebeus e o dos nobres.

Não há uma divisão clara entre esses bairros, mas os nobres, que precisam ir frequentemente ao castelo, constroem suas casas mais perto, enquanto os plebeus, que não têm negócios lá, constroem mais afastados.

Finalmente, chegamos à mansão. A grandiosidade da casa me deixou de boca aberta.

É aquele tipo de casa que, no meu mundo anterior, só se conseguiria morando de forma duvidosa.

Enquanto estava parado no portão pensando nisso…

— Bem-vindos de volta, senhor Merlin, senhora Merida. E prazer em conhecê-lo, senhor Shin.

Um soldado bem equipado apareceu ao lado do portão.

— Senhor Shin?

— Como neto dos nossos heróis respeitados, acho natural chamá-lo assim.

Sério? Parece que é o que mais digo ultimamente.

— Haha, ele não está acostumado a esse tipo de tratamento. Peço que o tratem de forma mais descontraída.

— Claro, entendido.

Mas ainda está formal demais.

Então, o guarda abriu o portão e a carruagem entrou na propriedade.

Mesmo olhando de novo, que casa enorme. Dois andares, simétrica, provavelmente com cinco quartos à direita e cinco à esquerda, totalizando vinte quartos.

E então, o portão grande se abriu novamente…

— Bem-vindos de volta.

Várias empregadas e mordomos nos deram as boas-vindas em coro.

— O quê? O que está acontecendo?

— O rei Dis colocou esse pessoal aqui.

— É por isso que eu não gosto deste lugar.

Sério?

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