Kuma Kuma Kuma Bear Volume 2 – Capitulo 50

Fina Agradece a Ursa

Recentemente, o papai chegou em casa com um rosto bem abatido. Fiquei me perguntando por quê. Ouvi dizer que uma Víbora Negra apareceu e estava atacando uma vila próxima. Foi um baita alvoroço na guilda.

Papai conseguiu voltar do trabalho de açougueiro e negociante, mas os outros funcionários não conseguiram trocar de turno. A tal víbora era uma cobra gigantesca, e diziam que era preciso pelo menos um grupo de aventureiros de rank C para derrotá-la.

A Yuna e o Mestre da Guilda saíram para enfrentá-la — sozinhos. Papai parecia bem preocupado, murmurando: “Não tem como eles derrotarem aquilo…”

Alguns dias depois, os dois voltaram sãos e salvos. Papai ficou tão feliz quando chegou em casa e contou tudo pra mim. Como no dia seguinte fariam o processamento da víbora, me chamaram para ajudar.

Fui com o papai para a guilda bem cedo, mas a Yuna ainda não tinha chegado. Ela tinha acabado de enfrentar a víbora, então não iam exigir que aparecesse num horário fixo. Enquanto esperava, comecei a ajudar como nos velhos tempos — até que Yuna apareceu, super animada. Fiquei confusa… Afinal, o quão forte era aquela víbora mesmo?

Esperei na câmara fria, pronta para receber instruções sobre o processamento, mas nos chamaram para sair. Disseram que o corpo era tão grande que nem cabia na câmara — seria processado fora da cidade.

Quando a Yuna tirou o corpo da víbora de dentro da boca do urso de pelúcia, fiquei sem palavras. Como ela derrotou sozinha uma coisa tão enorme?

Comecei a trabalhar com o papai. Ele retirava a pele, eu cortava os pedaços de carne e colocava nas bolsas sem fundo. Não sabia se daríamos conta de tudo em um único dia, mas me esforcei bastante.

Horas depois, o trabalho estava feito. Alívio total. Deixei que outros levassem os materiais e escoltei Yuna de volta até a guilda, como o Mestre da Guilda pediu. Depois disso, o trabalho do dia estava encerrado. Decidi voltar pra casa e dormir cedo — estava exausta, mas feliz por ter ajudado o papai.

Ultimamente, nossa família tem estado nas nuvens.

Mamãe melhorou, e papai sempre tenta nos fazer rir nas refeições. Ela sempre diz: “Não tem graça,” mas ri ao mesmo tempo. Acho que fazia muito tempo que não dávamos risada juntos assim. Talvez fosse a primeira vez que a Shuri ria tanto à mesa.

Então, num desses dias, a mamãe soltou uma bomba:

Talvez eu volte a ser aventureira.

Todo mundo congelou. Papai foi o primeiro a reagir — e com força.

Vai se arriscar a morrer e deixar suas filhas? Tá achando que eu não dou conta de sustentar essa casa?!

Só de imaginar a mamãe enfrentando uma víbora negra me dava pavor… Mas pensar na Yuna derrotando uma era algo que fazia sentido, como se fosse natural.

A Shuri abraçou mamãe, tremendo toda, e balançou a cabeça com força. No fim, fizemos um acordo: mamãe trabalharia pela guilda dos mercadores.

…Mas por algum motivo, ela acabou trabalhando com a Yuna. Dizem que o serviço envolve comércio de ovos de ave. O que será que a Yuna anda fazendo? Será que vai deixar de ser aventureira para virar mercadora?

Um dia, Yuna me disse:

Venha na minha casa com a Shuri amanhã.

Disse que queria que provássemos uma comida nova. Fiquei meio apreensiva, mas animada.

No dia seguinte, depois do café, fomos até a Casa Urso. A Yuna trouxe um doce chamado “pudim”. Era amarelinho e feito com ovos. Será que eu podia comer algo tão chique assim?

Mas… foi a Yuna que fez. Então aceitei, com gratidão. Peguei a colher e levei uma porção à boca.

Era macio, doce e delicioso. Nunca tinha ouvido falar em pudim, muito menos provado algo assim. Quando percebi, já tinha comido tudo. A Shuri também. As duas ficamos desapontadas — e a Yuna, sorrindo, trouxe mais um para cada uma.

Dessa vez, comi bem devagar.

Mmm… que delícia.

A Yuna já era incrível por ser uma aventureira tão forte, mas agora vi que ela também sabe fazer comida maravilhosa. Eu estava tão feliz que até dava medo.

Naquela tarde, enquanto ensinava o alfabeto para a Shuri em casa, a Yuna apareceu. Achei que precisava de algo, mas ela só queria dizer que ia escoltar uma pessoa até a capital e queria pedir para minha mãe cuidar do orfanato.

Queria poder ir junto…

Falei isso baixinho, e… no fim, Yuna decidiu me levar também. Será que era mesmo certo eu ir? Bom, ela disse que confirmaria com a cliente no dia seguinte. Se tudo der certo, vou para a capital!

Não sei se realmente vou, mas… estou animada com o amanhã.

 

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