Isekai wa Smartphone to Tomoni – Capítulo 37

Visita do Duque e um Pedido Direto

Capítulo 37 – Visita do Duque e um Pedido Direto.

Pouco depois de Laim-san anunciar os visitantes, o duque e Suu apareceram no terraço, vindos do jardim.

— E aí, parabéns pela mudança! Agora somos quase vizinhos, hein? — disse o duque, com um sorriso caloroso.

Vizinhos? Tá, a casa do duque fica no distrito interno da capital, e a nossa tá no externo, então é meio longe. Mas, comparado com Reflet, até que é pertinho.

— Quanto tempo, Suu — cumprimentei.

— Oi, Yumina-neesama! — respondeu Suu, animada.

Yumina e Suu são primas, né? Olhando as duas lado a lado, com aquele cabelo loiro, dá pra ver a semelhança. Mas as personalidades… bom, essas são bem diferentes.

— Quem diria que a Yumina-neesama ia ficar noiva do Touya! Fiquei chocada, sabe? — disse Suu, com um tom brincalhão.

— Eu que fiquei mais chocado… — retruquei, sério.

Esse é um ponto que não abro mão. Ainda não engoli essa história de noivado. Enquanto elas se sentavam à mesa do terraço, Laim-san trouxe chá pra elas. Esse cara é mesmo um mordomo de primeira.

— Eu tava pensando no Touya-dono como noivo pra Suu, mas fui passado pra trás. A Yumina e o irmão dela são espertos, hein? — brincou o duque.

— Você tava pensando nisso, papai? Bom, se for o Touya, eu topo! Parece divertido ficar com ele! — disse Suu, com um sorriso travesso.

— Beleza, que tal você e a Yumina se casarem comigo, então? — continuou o duque, rindo.

— Tá, chega! Sem brincadeiras desse tipo, por favor! — cortei, já meio desesperado.

O duque pode estar de boa, mas o jeito que a Suu tá me olhando, com aqueles olhos brilhando, me deixa preocupado. Não quero mais confusão na minha vida, valeu.

— Tá bom, por hoje eu paro — disse o duque, ainda rindo, antes de mudar de tom. — Mas vim aqui porque tenho um pedido pra vocês.

— Por hoje? — murmurei, lançando um olhar desconfiado, mas ele ignorou e continuou.

— É o seguinte: foi decidido que vamos formar uma aliança com o Reino de Mismede. Queremos organizar uma reunião entre os reis, mas…

Mismede, o reino ao sul, governado por um rei ferino, lar dos subumanos. É o país da Olga-san e da Alma, as irmãs com orelhas de raposa. Uma aliança, que legal!

— O ideal seria um dos reis visitar a capital do outro, mas isso sempre vem com riscos. Pode haver ataques de opositores ou até de feras mágicas no caminho. Então… — começou o duque.

— O [Portal] do Touya-san, né? — completou Lindsey, direto ao ponto.

— Exato, Lindsey-jou. Você é rápida — respondeu o duque, com um sorriso esperto, tomando o resto do chá.

Faz sentido. Com o [Portal], dá pra viajar em segurança. Mas…

— Esse feitiço só funciona pra lugares onde já estive, sabia? — avisei, já sentindo um calafrio.

— Exato. Por isso, queremos que você vá até Mismede — confirmou o duque.

Eu sabia… Tava na cara. É uma solução prática, admito. Se o [Portal] não tivesse a limitação de só funcionar pra lugares conhecidos, eu já teria aberto uma empresa de entregas rapidinhas.

— Quanto tempo leva pra chegar em Mismede? — perguntei.

— Uns seis dias de carroça até o Rio Gau — respondeu o duque.

— Só isso? Até que é rápido — comentei, aliviado.

— E mais quatro dias pra cruzar o rio e chegar à capital de Mismede. Isso se tudo der certo — completou ele.

Dez dias!? Mano, que viagem longa! Mal peguei a casa nova e já vou ter que sair viajando? Que saco!

— Esse pedido vai ser feito diretamente pra vocês, através da guilda. Tem recompensa e ainda vai subir o ranque de vocês. Não é uma má ideia, né? — disse o duque.

Ele é rápido, hein? Bom, como missão, até que é tranquila. Parece mais um passeio internacional. E, pra ser honesto, tô curioso pra conhecer Mismede.

— Beleza, eu topo. E vocês, o que acham? — perguntei pras meninas.

Todas assentiram, sem objeções.

— Valeu! A embaixadora Olga vai voltar pra Mismede e pode guiar vocês até a capital. A irmã dela, Alma, também vai junto, além de um grupo de cavaleiros como escolta — explicou o duque.

Ótimo, isso é reconfortante. Pelo que ouvi, Mismede tem mais natureza que Belfast, com florestas densas e muitas feras mágicas. Parece um pouco com a Amazônia ou o sudeste asiático. Que tipo de lugar será esse reino dos subumanos?

— Mas… será que não tem problema, de gozaru? — perguntou Yae, preocupada.

— Como assim, Yae? — perguntei.

— Se souberem que você pode usar o [Portal], de gozaru. É uma magia que permite entrar em qualquer lugar sem ser notado. Podem te ver como uma ameaça, talvez até tentem… te eliminar — disse ela, hesitante.

— Mano, não fala uma coisa dessas! — exclamei, sentindo um frio na espinha.

Mas ela tem razão. Se desconfiarem de mim, posso virar alvo.

— Calma, isso não é problema — disse o duque, tranquilo. — Conversei com a Charlotte-dono, e ela confirmou que o [Portal] não funciona em áreas protegidas por barreiras mágicas. Então, não acho que vão te ver como uma ameaça tão grande.

— Sério? — perguntou Elsie, olhando pra mim.

— …Primeira vez que ouço isso — admiti, meio sem graça.

Elsie me lançou um olhar de “sério, cara?”. Mas, pô, quando aprendi o [Portal], não veio com manual de instruções, tá?

— Até uma barreira mágica fraquinha bloqueia o [Portal]. Por exemplo, se colocarem uma barreira em volta da capital, você pode sair daqui com o feitiço, mas não consegue voltar. Aliás, o castelo já tá protegido por uma barreira da Charlotte, exceto no quarto da Yumina — explicou o duque.

Nossa, já tomaram providências? Apesar da aparência (sem ofensas), a Charlotte é mesmo uma maga da corte de respeito.

— Mas… se enviarem o Touya-san pra outro país e usarem o [Portal] pra mandar um exército em segredo, pode ser perigoso. Acho melhor não contar pra ninguém — sugeriu Lindsey, cautelosa.

— Boa ideia. Que tal encantar o [Portal] em algum objeto, como fizemos com os óculos da Charlotte-dono? — propôs o duque.

Boa! Se encantarmos o [Portal] num espelho, por exemplo, e usarmos isso pra viagem, depois é só destruir o objeto. Podemos inventar que o feitiço conecta dois espelhos específicos, tipo um portal fixo. Só precisaríamos criar o segundo espelho lá em Mismede.

— Beleza, vamos fazer assim. Quando partimos? — perguntei.

— Daqui a três dias — respondeu o duque.

— Entendido — confirmei.

Vai ser uma correria. Temos que nos preparar pra uma viagem longa.

— Que inveja! Queria ir pra capital de Mismede também — disse Suu, com um olhar sonhador.

— Não vem com essa de querer ir junto, hein? Tô fora de mais problemas — pensei, mas mantive a calma.

— Quando voltar, vou poder levar qualquer um pra lá com o [Portal]. Te levo na próxima, Suu — prometi.

— Sério? Touya, você é o cara! — exclamou ela, se inclinando na mesa com um sorriso enorme.

Se ela tá tão feliz assim, melhor cumprir a promessa direitinho.

Passamos o resto da tarde com o duque, planejando os detalhes da viagem pra Mismede.

 

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