Kuma Kuma Kuma Bear – Volume 2 Capítulo 28

A Ursa Vai a Casa do Lord

A Ursa Vai a Casa do Lord

No dia seguinte, segui as instruções de Helen até a mansão do senhor. Um guarda com uma aparência assustadora estava postado nas portas externas. Ela havia avisado que eu iria lá hoje, certo? Tudo isso era uma dor de cabeça, mas eu me resignava a isso e me aproximava do portão.

O guarda virou e fixou os olhos em mim. Ele definitivamente achou que eu era suspeita, e não era como se ele tivesse escolha. Alguém vestindo uma roupa de urso se aproximava dele, em um mundo onde roupas de uma peça não existiam.

— Qual é o seu negócio aqui? —  Ele me escaneou dos pés à cabeça.

— Eu sou a aventureira, Yuna. Fui chamada aqui pelo senhor.

— Você é aquela… Eu ouvi falar sobre isso. Preciso que você me mostre o seu cartão da guilda para confirmar sua identidade.

Ah, bom. Suponho que você teria que ser muito estúpido para convocar alguém e não avisar a equipe que eles estavam chegando. Depois de terminar de verificar meu cartão da guilda, o guarda me levou até a entrada, onde uma empregada em seus vinte e poucos anos assumiu o controle.

Então, tais empregadas realmente existem, pensei. Ela até usava a roupa preta e branca perfeita. Pessoas com um fetiche muito específico estariam extasiadas agora.

A empregada claramente ficou surpresa com a minha aparência, mas imediatamente se recompsôs. Ela me disse seu nome era Lala e, depois de levemente inclinar a cabeça, pediu-me para segui-la. Lala caminhou silenciosamente pela mansão, parou em frente a uma porta e bateu nela.

— Senhor Cliff, eu trouxe a aventureira Yuna.

— Entre––, uma voz respondeu de dentro.

— Com licença. —  Lala abriu a porta e me instou a entrar. Eu obedeci, e ela fechou a porta atrás de mim.

O quarto era amplo, contendo uma grande mesa e uma mesa ladeada por um par de sofás. Parecia um escritório. Um homem loiro na casa dos trinta anos estava sentado atrás da mesa.

— Por favor, sente-se no sofá ali ––, ele direcionou.

Eu fiz o que ele pediu.

— Parece que você realmente está vestida como um urso.

O homem veio e sentou no sofá em frente a mim. Um sorriso irônico tomou conta de sua boca enquanto ele me olhava. Parecia mesmo algum aristocrata escorregadio.

— Se você me chamou aqui só para rir de mim, então eu vou embora.

— Oh, não. Me desculpe.

— E o que você queria comigo então?

— Eu só queria conhecer o urso de quem todos estavam falando. — O Mestre da Guilda não tinha dito basicamente a mesma coisa? — Minha filha também queria te conhecer.

— Sua filha?

— Eu ouvi dizer que ela te viu uma vez na cidade. Desde então, nada a faz mais feliz do que ouvir todos os relatos sobre você que chegam até mim.

Espera aí! Não existem leis de privacidade contra isso?!

— Então isso significa que você me chamou aqui por causa de sua filha?

— Em parte, sim, mas também queria simplesmente ver o urso de quem todos estão falando.

Como se eu fosse uma exposição de zoológico, pensei. — Meu nome não é ‘o urso’ – é Yuna.

— Certo. Eu sou o Cliff. Você já deve saber disso, mas eu sou o governante da cidade.

— Bem, você está satisfeito agora que me viu?

— Não fique brava. Você está estragando seu rosto adorável.

Foi meio embaraçoso ser chamada de adorável em uma conversa cara a cara. Puxei meu capuz de urso sobre a cabeça, para que ele não pudesse me ver.

— Ainda assim, acho difícil acreditar que uma garotinha como você pudesse ter matado um rei goblin e tigres-lobo.

— Talvez seja tudo mentira.

— Eu investiguei você um pouco antes de te convocar aqui – já que eu ia fazer você conhecer minha filha.

Ele tinha investigado sobre mim? Isso não me fazia sentir muito bem, embora não houvesse nada que eu pudesse ter feito sobre isso.

Houve uma batida na porta. — Eu trouxe a Madame Noir ––, chamou Lala.

— Entre.

Uma garota fofa da idade de Fina, com cabelos loiros compridos, entrou na sala.

— Pai, é verdade que o urso está aqui?!

— Essa é minha filha Noir. Ela tem querido te conhecer.

Quando ela me viu, os olhos da garotinha brilharam. Ela correu até mim. — Você é o urso? Meu nome é Noir. Por favor, me chame de Noa.

— Umm, eu sou Yuna. Você poderia me chamar pelo meu nome em vez de se referir a mim como o urso?

— Entendi. Seu nome é Yuna.

Noa sentou ao meu lado e me olhou de cima a baixo.

— Um, posso te dar um abraço? —  ela perguntou, parecendo tímida.

— Claro.

Eu teria dito não para um menino, mesmo que fosse uma criança, mas não pude negar a essa garotinha tão fofa.

— Muito obrigada.

Noa me abraçou. Eu dei um tapinha na cabeça dela, que chegava apenas até meu peito. Entre Fina e isso, talvez eu gostasse de garotinhas mais novas.

— Você é tão macia. E também cheira bem. —  Ela esfregou a cabeça no meu abdômen. — Eu te vi na cidade uma vez, Yuna.

Cliff acabou de falar sobre isso, não é?

— Eu só te vi de longe, mas você parecia tão fofinha que eu não conseguia parar de te olhar. Desde então, venho pedindo ao pai para me contar sobre você. Eu queria te conhecer há tanto tempo!

— Então, o que você quer que eu faça? —  perguntei a Cliff.

— Eu ainda não decidi nada em particular. Por que você não conversa com minha filha?

— Quero ouvir sobre como você derrotou os monstros!

Não foi uma história tão empolgante – tudo o que eu fiz foi lançar um pouco de magia. Ainda assim, a garotinha claramente estava desesperada por uma história, e eu não queria decepcioná-la, então contei a ela sobre minhas lutas contra o rei goblin e os tigres-lobo, deixando de fora as partes sombrias e pouco lisonjeiras. Os olhos de Noa brilhavam enquanto ela me ouvia. Cliff permaneceu em silêncio e tomou sua bebida.

— Isso é incrível!

— Você acredita em mim? Eu posso estar mentindo.

— Eu acredito em você. Meu pai me contou as mesmas histórias, de qualquer forma.

— Como eu disse antes, eu pesquisei sobre você. O mínimo que eu poderia fazer era verificar as histórias sobre suas realizações ––, disse Cliff.

Eu supus que, como era possível determinar a hora da morte a partir de uma gema de mana, a única coisa que não podiam verificar era se eu tinha eliminado todos aqueles monstros sozinha. Como meu poço de histórias de matança de monstros havia se esgotado, eu achei que tinha terminado, mas Noa ainda estava me observando

— Posso te perguntar algo, Yuna? ––, ela arriscou, como se fosse difícil dizer.

— O que você precisa? ––, respondi.

— Um…você poderia me mostrar suas invocações de urso?

— Minhas invocações?

— Sim. Eu tenho querido ver suas invocações de feras desde que ouvi sobre elas pelo meu pai.

— Gostaria de vê-las também.

— Tem certeza? Pode ser perigoso.

— É mesmo? —  disse Cliff.

— Bem, suponho que deva estar tudo bem desde que vocês não tentem atacá-los ou me machucar.

— Não tenho intenções de fazer isso. Não tenho nada a ganhar atacando você – sem mencionar que minha filha me odiaria se eu fizesse isso.

Com a concordância do Lorde Cliff, decidi invocar Kumayuru e Kumakyu nos jardins da mansão. Noa nos levou lá felizes enquanto Lala seguia atrás de nós.

Comentar

Options

not work with dark mode
Reset