Kuma Kuma Kuma Bear Volume 3 – Capitulo 67

A Ursa Limpa os Monstros

Continuamos correndo na direção de Crimonia, mas eu não conseguia encontrar o Cliff. Como estava usando a habilidade de detecção, não achava que fosse possível passar por ele despercebida… Ele não estava morto, certo? Eu também não detectava nenhum cadáver. Por outro lado, surgiram mais monstros do que eu podia contar no limite do meu radar. Olhei na direção desses sinais e vi uma floresta por perto.

Eu tinha uma decisão a tomar: continuar procurando o Cliff ou exterminar os monstros?

Não tinha problemas com lobos, goblins e orcs nas batalhas anteriores. O que me preocupava era minha mana. Eu teria mana suficiente para derrotar dez mil monstros? Nunca cheguei a esgotar completamente minha magia desde que vim para este mundo. Por isso, não fazia ideia de quanto eu podia usar.

Também não sabia o quão fortes seriam os wyverns. Já tinha enfrentado alguns no jogo, mas aqui no mundo real… era diferente.

Se encontrasse o Cliff e fôssemos atacados por dez mil monstros, seria difícil lutar e protegê-lo ao mesmo tempo.

Depois de pensar um pouco, tomei minha decisão. Para proteger o sorriso da Noa, mudei a rota em direção à floresta. Se eu derrotasse os monstros antes de encontrá-lo, tudo daria certo.

– Kumayuru, obrigada por tudo até agora. – Acariciei o pescoço do urso, que ronronou satisfeito.

Então troquei para a Kumakyu.

– Kumakyu, vamos atravessar uma horda de monstros, então estou contando com você.

Assim que entramos na floresta, uma leva de goblins nos atacou. Usei uma lâmina de vento e cortei o pescoço deles. Os sinais desapareceram do meu radar.

A ursa branca disparou pela floresta. Cabeças de goblins voavam para todos os lados enquanto passávamos. Já havia perdido a conta dos corpos que deixávamos para trás.

Logo avistei outra horda. Saímos das árvores e entramos em uma clareira tomada por goblins. Fiz a Kumakyu avançar para o centro do grupo. Lembrei dos eventos do jogo: quantos inimigos dava para eliminar em cinco minutos? Dois minutos? Trinta segundos?

Exterminei os goblins da clareira com alguns feitiços e ainda tinha mana de sobra. Detectei apenas lobos e orcs restantes. Como os orcs eram mais perigosos, fui atrás deles primeiro. Se minha mana acabasse, ainda dava para lidar com lobos usando armas ou até pedras.

Tomei um suco gelado de oren da armazenagem do urso e descansei um pouco antes de continuar.

– Desculpe, Kumakyu. Aguente só mais um pouco.

Minutos depois, encontramos a horda de orcs. Usei mais mana nas lâminas de vento, por conta da pele mais resistente. As lâminas cortaram os orcs perfeitamente.

Como os orcs tinham mais força e resistência que os goblins, mantive a luta à distância. Eles avançaram brandindo armas com uma velocidade que não combinava com o tamanho.

Flechas começaram a chover — arqueiros orcs! E, para piorar, magos também. Cobri a Kumakyu com magia de vento protetora. Um jato de fogo passou raspando meu rosto.

– Magos também? Que saco…

Então invoquei dez golems de urso do tamanho das invocações verdadeiras, feitos de terra. Pela primeira vez, senti minha mana sendo drenada. Foi uma sensação estranha.

Os golems atacaram os orcs com garras afiadas, enquanto eu disparava lâminas de ar por cima. Eles ignoravam flechas e magia. Mesmo danificados, eu os restaurava com mana. Eles bloqueavam ataques e me protegiam. Era uma verdadeira limpeza.

– Por que tem tanto orc assim?

Se fosse no jogo, dava para dizer que era evento especial, mas aqui era ridículo. Devia ter alguma razão para tantos monstros tão perto da capital.

Quando cortei o último orc, olhei para trás. Um rastro de corpos. Eu estava bem fisicamente graças à roupa de urso, mas suspirei e chequei minha mana restante.

– Ainda tenho… um pouco. Mas com certeza está bem menos.

Se eu pudesse ver um número como no jogo, seria tão mais fácil…

Agora só restavam os lobos e os wyverns. Abri o capuz e conferi o radar. Os wyverns estavam mais próximos, mas… não se moviam. Olhei para o céu, mas não havia nenhum voando. Estavam dormindo?

Como não se mexiam, desmanchei os golems e troquei para a roupa de urso branco para recuperar mana. Ninguém por perto, né?

Senti a mana voltar e comecei a guardar os corpos dos orcs, aproveitando armas e cajados. Só não levei as cabeças — era nojento.

Quando achei que já tinha mana suficiente, troquei de novo para a roupa preta e montei na Kumakyu. Seguimos até os wyverns.

– Estão dormindo mesmo?

Aproveitei. Desci da Kumakyu e, um por um, cortei as cabeças dos wyverns adormecidos. Foi fácil demais. Guardei os corpos.

Logo que terminei, o chão começou a tremer.

– O quê?

O solo se ergueu e recuei de imediato. Um monstro que eu conhecia do jogo surgiu: um wyrm gigante. Parecia uma minhoca inflada. Saía da terra com a boca aberta, babando.

– Eca…

Ele avançou. Saltei para trás, mas ele me atingiu com o corpo. Fui lançada longe, mas graças à roupa não me machuquei. Lancei magia de vento — sem efeito. Fogo? Nada.

Lembrei da víbora negra. Talvez funcionasse da mesma forma. Fiquei a uma certa distância, esperei a boca se abrir e invoquei dez mini ursos de fogo.

– Vão!

O wyrm engoliu as miniaturas — achando que eram comida, talvez. Burrão. Os ursos se moveram dentro do corpo dele. O monstro se contorceu, babando. Tentou vomitar, mas os ursos ficaram lá dentro.

A criatura se bateu no chão, mas aos poucos parou de se mexer.

– Será que consigo vender isso?

Com a víbora, deu para vender carne, pele, tudo. Mas isso aqui? Mesmo que fosse comestível, eu não teria coragem de dar para a Fina ou os outros. Guardei o wyrm e deixei para pensar nisso depois.

Faltavam só os lobos. Ainda tinha bastante mana. Seria rápido.

Chamei a Kumakyu e fomos até a matilha. A luta nem vale a pena descrever. O difícil foi guardar os corpos. Mas pensando nas dificuldades do orfanato, não podia desperdiçar. Coloquei tudo na armazenagem com ajuda da Kumayuru e da Kumakyu.

Saímos da floresta repleta de sangue. O ar puro do lado de fora era reconfortante. O sol estava se pondo.

– Melhor passar a noite aqui do que forçar a volta…

Montei a casa de urso e decidi pernoitar ali.

Mesmo sem estar fisicamente cansada, meu corpo parecia exausto. Devia ser cansaço mental. Jantei algo simples, tomei banho e, assim que deitei, mergulhei direto no mundo dos sonhos.

 

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