Kuma Kuma Kuma Bear Volume 4 – Capitulo 75

A Ursa Compra uma loja

No dia seguinte à minha despedida de todo mundo na capital, usei o portal de transporte da ursa para voltar a Crimonia com a Fina.

— Yuna, foi tão divertido!

Tirando aquele exército de monstros controlados por necromantes, eu realmente me diverti na capital. E o melhor de tudo: consegui colocar as mãos em batatas e queijo.

— Fico feliz em ouvir isso. Se quiser voltar, é só me avisar e usamos o portal de transporte da ursa.

— Sim! Da próxima vez, quero ir com toda a minha família!

— Só não esquece de manter o portal da ursa em segredo, entendeu?

— Pode deixar!

Fomos até o orfanato para deixar a Fina com a Tiermina, que devia estar ocupada cuidando das kokkekos por lá. Quando cheguei perto do galinheiro ao lado do orfanato, encontrei as crianças trabalhando. Uma delas me notou antes que eu pudesse fazer qualquer coisa…

— É a garota urso!

…o que significava que todas as outras também notaram e correram até mim.

— Estão todos bem?

— Sim!

As crianças sorriam. Ótimo, parecia que tudo estava indo bem.

— A Tiermina está por aí?

— Aham! — disse um dos meninos. — Ela tá contando os ovos ali. — Ele apontou para um galpão pequeno ao lado do galinheiro. Agradeci pela informação e fui até lá. Encontrei a Tiermina dentro, contando os ovos, com a Shuri ao lado.

— Mamãe! — No momento em que viu a Tiermina, Fina correu e lhe deu um forte abraço.

— Fina?!

— Mana!

Shuri correu até a Fina e também a abraçou com força, sorrindo.

— Shuri, voltamos!

— Que bom ver vocês, Tiermina.

— Bem-vindas de volta, vocês duas.

Fina finalmente estava em casa, segura e sã.

— Como foi a capital? — perguntou Tiermina, e Fina praticamente explodiu contando os detalhes.

— Que injusto! — disse Shuri, cruzando os braços e fazendo um biquinho poderoso. — Você faz tudo, mana!

Se eu fosse a algum lugar da próxima vez, com certeza teria que levar as duas.

— Tiermina, tenho uma coisa pra te perguntar — ou melhor, te pedir.

— O que seria?

Expliquei de forma simples sobre a Morin e a filha dela, e como eu ia abrir uma loja.

— Então, além dos ovos, você vai vender pudim e pão. E disse que vai trazer padeiros da capital? — Tiermina levou a mão à têmpora. — E o que eu devo fazer, então?

Ela parecia um pouco exasperada, mas pelo menos não disse “não”.

— Queria que você ficasse responsável pelas vendas da loja, pelo estoque e, principalmente, pelo dinheiro.

— Tudo bem. Não preciso me preocupar com os detalhes até essa Morin chegar, certo?

— E também tem a questão dos pudins, então pode falar com a Milaine sobre os ovos? É assim que vamos decidir quanto pudim vender.

— Entendido. Vou falar com ela na próxima vez que for à guilda comercial.

Eu também tinha que falar com a Milaine. Além dos ovos, a loja ia ser maior do que eu tinha planejado inicialmente, já que íamos vender pão e pizza. Precisava discutir isso também.

Como já tinha perturbado a Tiermina demais, decidi passar na diretora antes de ir pra casa. Mas ela não estava, então talvez eu voltasse depois.

Próxima parada: guilda dos aventureiros.

— Senhorita Yuna — disse Helen —, já de volta?

— Trouxe uma lembrança pra você.

Tirei um presente da capital do meu armazenamento da ursa e entreguei.

— Um acessório? Muito obrigada!

Que alívio. Eu não fazia ideia do que estava na moda nesse mundo de fantasia, então comprei o que a vendedora da loja recomendou. Parece que acertei.

— O mestre da guilda está?

— Sim. Vou avisá-lo, só um momento. — Ela foi até os fundos e logo voltou. — Ele vai vê-la no escritório. Por aqui, por favor.

Agradeci e fui até a sala do mestre da guilda.

— Você voltou rápido — disse ele.

— Você me chamou, então cá estou. Ah, obrigada pela carta de recomendação, aliás.

— Foi útil?

— Muito. Tive alguns problemas no começo, mas depois o mestre da guilda da capital me ajudou bastante.

— Que bom. Como está a velha Sanya?

— Está bem. Acho que deixei umas confusões pra ela resolver. Ou… talvez mais que algumas.

O mestre da guilda caiu na risada. A Sanya lidou com os aventureiros que me causaram problemas, com a missão do monstro, o pedido do rei, e toda a história da Morin. Não pude contar sobre o exército de monstros, mas falei que, por meio da Ellelaura, visitamos o castelo, conhecemos a Lady Flora e servi pudim para o rei e para a princesa.

— Perdão, você… cozinhou para o rei e a princesa? — Ele ajeitou alguns papéis, como se tentasse organizar o pensamento.

— Sim. — Contei sobre a dupla de padeiras que conheci, o comerciante corrupto, a ajuda da Sanya e, por fim, o pudim real.

— O que você foi fazer na capital, afinal?

— Olha, nem tudo foi culpa minha. — Não podia ignorar a situação da Morin e da filha dela. E receber um pedido direto do rei foi algo que eu nunca quis.

— Sim, sim. Hmm… Esse pudim. É mesmo tão bom?

— Quer experimentar?

Ofereci um pouco como agradecimento pela carta de recomendação. O mestre cheirou, deu uma mordida… e outra.

— Hm. Puxa, isso é gostoso.

Até o mestre da guilda aprovou. Talvez meu público fosse mais amplo do que eu pensava?

Depois de sair da guilda dos aventureiros, fui até a guilda comercial procurar pela Milaine…

— Yuna!

…mas foi ela quem me encontrou.

— Não grita meu nome assim — reclamei, indo até seu posto de recepção.

— Desculpe, escapou sem querer.

— Aqui, trouxe uma lembrancinha pra você. — Não era um acessório como o da Helen, mas algo parecido.

— Muito obrigada mesmo — disse ela, sorrindo. — Então, Yuna, sobre a loja de que falamos… Encontrei alguns locais em potencial. Como deseja proceder?

— Ia te perguntar isso mesmo.

Expliquei rapidamente o que tinha acontecido na capital, contei que ia vender pães junto com o pudim e que a loja precisaria ser maior.

Milaine assentiu, pensativa.

— Quando diz “maior”, quer dizer o quê, exatamente?

Bem, precisava de um espaço para os clientes comerem no local e, como queria empregar as crianças do orfanato, a cozinha também teria que ser grande. Fui explicando os requisitos conforme me vinham à mente.

— O aluguel será bem caro, nesse caso. Mas já que fui eu quem sugeriu abrir a loja, ficarei feliz em oferecer um desconto. Mesmo assim, se precisar de um lugar grande, ainda será uma quantia considerável…

Milaine parecia preocupada.

— Não se preocupe com o preço. Se for um bom lugar, eu compro.

— Yuna, uma loja não é algo que se compra por impulso. Não para a maioria das pessoas, pelo menos.

Milaine parecia exasperada, mas graças ao deus e seus itens de urso, dinheiro não era um problema pra mim. Não podia contar isso pra ela, então apenas sorri e deixei pra lá.

— Bem, se você pode pagar, a guilda comercial não tem problema algum. O preço é alto, mas há uma loja que atende aos seus requisitos.

Segundo Milaine, o prédio era grande e ficava perto do orfanato. Perfeito. Agora só precisava ver o preço e visitar o local.

— Quanto custa?

Milaine pegou um arquivo, pensou um pouco e escreveu um valor em um papel antes de me entregar.

— Com desconto, acho que este é o melhor valor possível.

O valor realmente era alto. Pelo menos, mais caro do que aquele terreno que comprei perto do orfanato. Ainda assim, estava bem dentro do meu orçamento mágico-ursístico. Decidi que veria o lugar antes de decidir.

— Claro. Vou levá-la até lá agora.

Como Milaine havia dito, a loja ficava bem próxima do orfanato e, embora não houvesse muitos prédios ao redor, uma rua movimentada ficava logo adiante. Mesmo que formasse fila na frente, não incomodaria ninguém.

A única questão era…

— Isso é uma loja? — Porque parecia mais uma mansão. Será que eu estava vendo coisa? Esfreguei os olhos, mas continuava parecendo uma mansão. — Não parece.

— Ainda não. A mansão precisará de algumas reformas.

Uma mansão transformada em loja, hein? Bem, eu não me importava com isso. E o preço nem parecia tão ruim agora que via com meus próprios olhos.

— Posso ver por dentro?

— Naturalmente.

Milaine tirou a chave, abriu a porta e entramos. Havia uma escadaria enorme logo na entrada e um salão vasto ao redor. Se colocasse mesas e cadeiras ali, poderia ser um ótimo espaço para refeições. Indo mais para o fundo, havia um corredor à esquerda e, no final, encontrei uma cozinha. Era mais que espaçosa o suficiente.

Dava pra Morin e Karin trabalharem ali, além das crianças ajudarem.

— Também tem um armazenamento refrigerado, então terá bastante espaço para guardar os alimentos.

Dei uma olhada no depósito. Bem espaçoso. Era grande o suficiente para armazenar os ovos, o pudim e os ingredientes do queijo e do pão. Estava até melhor do que eu esperava.

— E o outro corredor?

— Há quartos por lá. Dá até para ver o jardim de alguns.

Fui conferir e encontrei vários cômodos, cada um com vista para o jardim. Talvez desse para transformá-los em salas especiais. Em seguida, fui até o segundo andar.

Lá em cima, havia vários quartos e um salão amplo, embora menor que o térreo. Aparentemente, essa era uma antiga mansão de nobre, e os quartos ainda tinham camas, armários e móveis no lugar. Pronto para morar.

Eu podia transformar o primeiro andar na loja e deixar Morin e a filha morando no segundo. Estava um pouco sujo, as paredes e os carpetes precisavam de uma boa limpeza. Mas nada que uma equipe de limpeza profissional não resolvesse.

Decidi me dar esse luxo e comprar essa pequena mansão. Os detalhes podiam ficar para amanhã. Hoje, eu só cuidaria da parte burocrática.

 

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