Kuma Kuma Kuma Bear Volume 4 – Capitulo EX2

O Urso Ensina Magia

A LOJA ESTAVA indo muito bem. Como eu não tinha nenhum plano para o dia — pela primeira vez em muito tempo — resolvi passar na casa do Brandaugh. A última vez que fui lá tinha sido antes de ir para a capital, afinal. Como estava curiosa sobre as novidades da vila, perguntei à Helen sobre isso. Aparentemente, os novos aventureiros que foram até lá conseguiram derrotar os lobos. Eles pareciam meio duvidosos, mas parece que realmente se esforçaram. Quando vieram relatar a conclusão da missão, até falaram de mim! Todos estavam animados dizendo coisas como: “Aquele urso era incrível”, “O urso era tão forte”, “Era exatamente como você disse, Helen”, e “Até os ursos do urso eram fortes!”

Minha primeira impressão deles era daquele garoto ridículo que batia na cabeça das pessoas. Mas quando o garoto descobriu o quão forte eu realmente era, ele me pediu desculpas timidamente, então imaginei que não eram tão ruins assim… embora, se tentassem aquilo de novo, eu não seria tão tolerante.

Quando cheguei perto, a muralha que criei estava lá, firme e forte como sempre, protegendo a vila e tudo mais. Não havia nem ninguém guardando a entrada — sem necessidade, eu acho? Entrei montada na Kumayuru e alguns aldeões vieram ao meu encontro.

— O chefe e o Brandaugh estão por aí? — perguntei.
Os dois estavam em casa, então fui encontrá-los. O chefe e Brandaugh já me esperavam quando cheguei, então vieram logo me cumprimentar.

— Yuna, você veio em boa hora.
— Senhorita, faz tanto tempo.
— Sim, fui até a capital e fiquei fora por um tempo — disse eu enquanto descia da Kumayuru. As crianças da vila estavam olhando para minha ursinha desde antes, então mandei ela brincar com elas.

— A capital! Você viajou tão longe?
— Não leva muito tempo indo no meu urso — respondi, apontando para a Kumayuru, que agora corria junto das crianças.

— Certo. O que a trouxe aqui hoje?
— Tenho algo para o Yuuk— quer dizer, para a Marie. Preciso garantir que eles estejam se alimentando bem e tudo mais.

Eu tinha trazido algo saudável para a Marie no meu armazenamento de urso. Ouvi dizer que criar um bebê consumia muita energia.

— Graças a você, senhorita, o bebê está crescendo saudável. Ele simplesmente ama a pele do tigerwolf. Mal solta aquilo!
— Fico feliz que eu tenha dado para vocês.
— Ele até chora quando lavamos! — Brandaugh riu.

Bem, eles precisavam manter a pele limpa se estavam usando para o bebê, então não podiam evitar.

— Nada mudou desde então?
— Tudo está indo bem. O tigerwolf se foi, e agora há menos lobos também. Aqueles aventureiros novatos realmente deram tudo de si.
— É mesmo?
— No começo achei que eles não fossem muito confiáveis, mas realmente trabalharam duro para derrotar os lobos.

E lá estava eu, lembrando de quando aqueles aventureiros bateram na minha cabeça. Recebi um pedido de desculpas, mas se fizessem de novo… vingança. Eles tinham medo de mim, então acho que não fariam novamente. Certo?

Entreguei um presente ao chefe e pedi que priorizasse as casas com bebês na hora de distribuir, depois fui visitar Yuuk e Marie. Na casa do Brandaugh, encontrei Marie carregando Yuuk.

— Yuna, seja bem-vinda!
— Oi, Marie. Como o Yuuk está?
— Graças a você, está crescendo saudável.

De novo esse “graças a você”. Tudo que eu fiz foi lutar contra um javali gigante e alguns tigerwolves. Coisas normais de aventureira! Era estranho ouvir eles falarem como se eu fosse o motivo de conseguirem criar o bebê. Mas o pequeno Yuuk realmente parecia muito saudável. Quando mexi as bocas dos meus fantoches de urso na frente dele, caiu na risada. Era contagiante; até a Marie começou a rir.

— Talvez ele esteja feliz em ver você, Yuna.
Nada disso. Ele estava feliz em ver o fantoche. Duvido que eu tivesse algo a ver com isso.

Enquanto ainda olhava para o pequeno, entreguei meus presentes para Marie.

— Obrigada, mas não tenho nada para te dar em troca.
— Não quero nada. Só quero que o Yuuk cresça saudável.
— Ha! Você é demais, Yuna. Mas obrigada.

Brandaugh me deu mais informações sobre os aventureiros novatos antes de eu deixar a vila: ao que parecia, eles só conseguiram derrotar os lobos graças ao próprio Brandaugh. Ele encontrou um pequeno grupo de lobos e eliminou alguns, embora os novatos tenham derrotado os restantes. Bem, essa era uma tática básica de combate: derrotar inimigos em grupos menores para diminuir a quantidade aos poucos.

No dia seguinte, o clima estava agradável, então lavei os lençóis e deixei as roupas de cama no sol — tudo, até as roupas da minha casa de urso na capital. Minha manhã passou assim e, como estava com fome, resolvi ir ao Lounge do Urso comer alguma coisa. Eu tinha pão da Morin no meu armazenamento, mas comer sozinha parecia triste. Preferia dar uma olhada e ver se encontrava alguém para dividir a refeição.

Quando cheguei à loja, havia uma garota olhando para o enfeite de urso do lado de fora. Não lembrava o nome, mas lembrava do rosto. Era uma das aventureiras novatas que estavam na vila do Brandaugh.

— O que foi? Está fazendo o quê aqui?
— Senhorita Urso?
— É Yuna — corrigi.
— Desculpa, Yuna — a garota se curvou várias vezes. — Hum, e você era…?
— Eu sou a Horn. Muito obrigada pela sua ajuda antes.

Certo, Horn. A única garota do grupo de quatro deles.

— O que houve, Horn? Veio ver a loja?
— Sim, a Helen disse que esse lugar era muito bom e que eu devia vir pelo menos uma vez. Quando cheguei, não consegui parar de olhar para aquele urso enorme e estranho…
— Eu sabia que exageraram.
— Não, é fofo. Assim como você.

Hmm. Isso era realmente um elogio?

— O que aconteceu com os outros três aventureiros? Estão procurando outras garotas para bater na cabeça?
— Ah, hoje cada um está fazendo uma coisa. Eu vim aqui comer sozinha.
— Sozinha? Nesse caso, quer comer comigo? Eu estava vindo aqui para comer também.

Se eu entrasse, era provável que encontrasse alguém conhecido lá, mas também havia chance de não encontrar ninguém. E eu estava curiosa sobre o que tinha acontecido depois que derrotei o tigerwolf. Horn parecia surpresa com o convite. Foi meio repentino, eu sei.

— Se não quiser comer comigo, não tem problema.
— N-não é isso. Você realmente quer comer com alguém como eu?
Cruzei os braços.

— Você acabou de dizer que estava agradecida. Estava falando sério?
— C-claro. Sou muito grata, Yuna.
— Então quer comer comigo?
— Quero…

Ganhei a disputa da amizade. Maravilha.

Entramos juntas na loja e vimos as crianças correndo pelo salão. Estavam levando pratos e limpando mesas. Até tinha umas anotando pedidos no balcão.

— Yuna! — uma criança limpando mesas me viu.
— Continue assim, pequenina.
— Tá! — a garota respondeu, então levou os pratos para a cozinha. Horn a observou.

— Uau, é realmente sua loja.
— Tecnicamente, sim. Mas são elas que fazem o trabalho.

Eu só dei o pontapé inicial. Morin e Tiermina eram o verdadeiro coração do lugar.

— Horn, tem algo que você não gosta de comer?
— Não, não muito.
— Vou pegar algumas coisas então. Espere aqui.

Sentei-a na mesa recém-limpada e fui à cozinha pegar alguns pães. Pedi para assarem uma pizza também. Estávamos com pouco pudim, então tirei alguns do meu armazenamento. Assim que a pizza ficou pronta, agradeci Morin e voltei para Horn.

— Desculpe a demora.
— Nada, não demorou.
— Não precisa ficar tão tensa.

Os ombros dela estavam rigidíssimos.

— Enfim, coma o que quiser.
Coloquei na mesa a pizza e alguns dos meus pães favoritos.

— Obrigada — disse ela, mas não pegou nada.

— O que houve?
— Tudo parece tão bom… não sei qual escolher.
— Essa é pizza, e esse aqui é o pão que eu recomendo. Ah, e achei que você gostaria de provar pudim.
— Pudim? — ela olhou desconfiada.
— Talvez queira deixar isso por último.

Horn assentiu. Ficou encarando os pães, hesitando, sem pegar nenhum.

— Hum… Quer dividir todos?
— Dividir?
— Assim você pode experimentar cada um, certo? Ou não quer dividir comigo?
— C-claro que quero! Isso significa… que eu não preciso escolher?

Exatamente. Peguei uma faca e cortei todos os pães ao meio. Finalmente — FINALMENTE — começamos a comer juntas.

— M-meu Deus… é delicioso. — ela sussurrou.

Ela realmente saboreava cada pedaço. Era pão feito pela Morin, então claro que era delicioso! E ainda trouxe meus favoritos.

— Essa “pitssa” também é boa.
— Isso aí.

A comida pareceu derreter a tensão dela. A conversa começou a fluir.

— Vocês são amigos desde criança? — perguntei.
— Sim. Estamos juntos desde que nascemos. Sempre estivemos juntos. Como os três queriam ser aventureiros, virei aventureira junto com eles.

Fiquei imaginando se virou alguma disputa masculina pela Horn. Ela era tão tímida, mas era bonitinha. Um pouco indecisa, claro, mas parecia o tipo de garota que os garotos queriam proteger.

— Estou surpresa que seus pais deixaram você virar aventureira. — era um trabalho perigoso. Se a Fina quisesse se tornar aventureira, acho que eu impediria na hora, e olha que ela nem é minha filha.
— Eles disseram que tudo bem, desde que os três estivessem comigo. Não queria causar problemas e eu posso usar magia, mas… sou fraca. Não posso usar espada ou arco. Às vezes acho que só atrapalho…

E a voz dela foi ficando menor a cada palavra.

— Mas você consegue usar magia, certo?
— Sim, mas não é muito forte…

Hmm… o que isso significava? As pessoas tinham quantidades diferentes de mana naturalmente? Era falta de imaginação? Determinação? Não fazia ideia.

— Yuna, por que a sua magia é tão forte?

Não podia dizer que era graças aos itens apelões que ganhei de um deus, então mudei de assunto.

— Quem te ensinou magia, Horn?
— Uma usuária de magia da vila me ensinou. Mas ela também não consegue usar muita magia.
Talvez ela só tivesse uma professora ruim?

— Nesse caso, que tal testarmos suas habilidades? — perguntei. Queria ver se meu conhecimento seria útil.
— V-você fala sério?
— Sim. Mas só porque eu te ensinar algo não significa que vá funcionar.
— Sim! Sim, claro!
— Então vamos praticar depois de comer.
— Certo!

Horn abriu um sorriso enorme e voltou a devorar o pão. Deixou o pudim por último e, quando finalmente comeu, parecia ainda mais feliz.

Deixamos a loja e fomos para uma área na beira da cidade. Não havia ninguém por perto, então usar magia não seria problema.

— Aqui está bom? — perguntei.

Usei magia de terra para criar uma parede.

— Isso é incrível.” Uau, ela realmente se impressionava facilmente.
— Certo, tente um pouco de magia. Algo que você seja boa.
— Sim, deixa comigo!

Horn pegou o cajado curto preso à cintura, concentrou vento ao redor dele e lançou lâminas de vento contra a parede. Mas, ao atingirem a parede, elas desapareceram.

— Então você é boa com magia de vento?
— É mais ou menos fácil de usar, mas é fraca.

— Consegue conjurar mais alguma coisa?
— Um pouco — disse Horn. Ela concentrou magia no cajado e evocou chamas. Ela balançou o cajado, mas o fogo sumiu antes mesmo de atingir a parede.

Depois, tentou magia de água. Uma esfera do tamanho de uma bola de beisebol pairou sobre o cajado. Ao balançá-lo, ela espirrou na parede e se desfez. Sua magia de terra era mais ou menos igual — ou, uh, igualmente fraca.

Talvez fosse uma questão de concentração? A água e a terra dela não estavam densas o suficiente. Eram apenas água e terra normais, sem magia. Quanto ao fogo, talvez ela não tivesse uma imagem mental boa. Talvez vento fosse mais fácil para ela visualizar.

Daquele jeito, tudo o que ela fazia era converter mana em alguma coisa e torcer para que isso fosse suficiente.

— Você acha que é realmente inútil?
— Hm, na verdade não é bem isso…

Peguei o livro de magia para iniciantes do meu armazenamento de urso. Eu só tinha lido uma vez e nunca mais tocado nele.

— Visualização é importante para conjurar magia.
— Visualizar?
— Quando você usa magia, você tem uma imagem mental do que está tentando fazer, certo?
— Uhum.

— Vou usar magia de terra para explicar, já que é mais fácil de entender.

Convoquei magia de terra, criando um pedaço do tamanho de uma bola de beisebol, igual ao de Horn.

— Tente pegar.
— Tudo bem. Ah, é—é pesado…

— Não, na verdade ele está… comprimido. Eu fiz pressionando a terra até ela ficar bem densa. É por isso que é pesado e duro. Jogando isso num monstro, dá pra causar dano. Se eu colocar mais mana e arremessar, o dano aumenta ainda mais.

Ela me devolveu o bloco, e usei mana para arremessá-lo contra a parede de terra… abrindo um buraco nela.

— Incrível, Yuna!
— Entender essa técnica permite mudar a forma e usar de muitas maneiras. Dá pra criar paredes, defender contra ataques ou até manipular os movimentos do inimigo. Assim, você consegue forçar eles a irem para onde seus aliados estão.

— Uau…
— E se você mudar a forma assim… — moldei a terra em uma lança — …pode aumentar ainda mais o poder de ataque.

A lança atravessou a parede do mesmo jeito que a bola.

— Se tiver uma ponta, vai perfurar mais fácil. Só lembre de endurecer, senão não causa muito dano.

— Entendi. Vou tentar.

Horn respirou fundo, reuniu mana, criou um bloco de terra e o lançou na parede. Dessa vez o impacto fez um baque forte antes de a terra cair.

— Yuna, eu consegui!
— Está indo bem. Se você aumentar a velocidade, vai ficar mais forte ainda.
— Certo!

Animada, Horn tentou repetidamente. Sempre que atingia a parede, o som ficava mais forte. Os blocos estavam ficando mais duros. Eu queria ensinar mais, mas ela gastou mana demais e estava ofegante.

— Agora é só praticar.
— M-Muito obrigada. Sinto que estou… mais confiante!
— Sim, mas eu queria mostrar mais que isso.
— Não, não! Por enquanto vou focar na magia de terra que você me ensinou. Se você tentar me ensinar um monte de coisas e eu mal consigo usar isso, seria desperdício.
— Tá. Magia serve pra atacar e proteger, então confira o que tem atrás de você antes de conjurar.

Enchi o peito, imitando umas falas que lembrava vagamente de um jogo antigo.

— Criando uma parede, você permite que seus aliados fujam ou fortalecem sua posição. Se aumentar sua precisão, você pode atacar mesmo enquanto seus aliados lutam. Mesmo aprendendo magia, sempre preste atenção na situação — às vezes ela não será útil.
— Certo! — disse Horn, super entusiasmada.

— E distribua bem sua mana. Se um mago ficar sem mana, vira peso morto.
— Certo! — ainda mais empolgada.

— Então! Descanse bem hoje e recupere sua mana. Da próxima vez, memorize quantos golpes mágicos aguenta. Isso ajuda muito numa batalha.
— Entendido. Muito obrigada por hoje. Sinto que posso realmente me tornar uma aventureira de verdade.
— Só não se esforce demais. Você só tem uma vida.
— Certo!

Ela então me encarou fixamente.

— O que foi?
— Hm… você poderia me ensinar de novo algum dia?
— Hm. Às vezes não estou na cidade, mas acho que podemos fazer isso de vez em quando.
— Muito obrigada.

Ela fez uma reverência profunda.

— Ah, posso te chamar de mestre?
— Hã? Mestre?
— Se não gostar, tudo bem! Mas você me ensinou tanto…
— Quer saber? Pode chamar.
— Sim, Mestre Yuna!

…Aquilo soou estranho.

Alguns dias depois, quando eu estava indo para o orfanato, vi Horn andando um pouco à frente. Talvez fosse para lá também, já que não havia muita coisa naquela área. Mas ela não foi para o orfanato. Ela foi para o lugar onde treinamos magia da outra vez.

Horn olhou ao redor, ficou diante de uma pedra e começou a treinar. Ela lançou magia de terra e—crack!—acertou a rocha. Bom som, mas a pedra não quebrou. Talvez faltasse velocidade. Com certeza faltava potência.

— Horn.
— Yuna?!

Ela pulou quase até o céu. Por que tanto susto?

— Treinando magia?
— Sim! Graças a você, minha magia ficou mais forte. Agora consigo dar cobertura para todos! Mas ainda não consigo finalizar ninguém. Shin puxou uns monstros, mas eu não consegui derrotá-los com magia. Claro, causei dano, e estou progredindo, mas fico pensando no que poderia ter acontecido se eu tivesse feito um pouco melhor.

Então era por isso que ela estava treinando.

— Tenho tempo. Posso te ensinar um pouco.
— Sério?!

Ela estava se esforçando tanto que eu não conseguia ignorar.

— Uhum. Parece que está faltando mais… impacto. Você tem mais poder que antes, mas ainda lança como um jogador de beisebol mediano. Se acertar bem, derrota um monstro, mas se não, só machuca um pouco.

— Vamos praticar fazer girar.
— Girar?
Criei uma esfera de terra do tamanho de uma bola de beisebol e a fiz girar tão rápido que dava pra sentir o vento.

— Entendeu?
— Uau, parece um mini tornado!

— Vê aquele galho ali? Toca a esfera com ele.
Horn pegou o galho, fechou parcialmente os olhos e encostou o galho na esfera giratória. Na mesma hora—crack!—o galho quebrou. Joguei a esfera no chão e ela perfurou a terra.

— Impressionante.
— Tudo fica mais legal girando. Tente.
— Certo!

Horn criou uma esfera e a fez girar… bem devagar. Como um globo infantil.

— Muito lento. Faça girar mais rápido.
— É bem difícil…
— Então pratique sempre que tiver tempo. Quanto mais rápido girar, mais forte será.
— Sim, Mes—Yuna!

Era esse o “jeito certo” de ensinar magia neste mundo? Talvez não, mas funcionava, e isso era o suficiente.

— Yuna — disse Horn de repente, no meio do treino — por que você é tão legal comigo? Só dei trabalho até agora, nunca te ajudei em nada!

— Sei lá. Você é uma garota e está se esforçando. Acho que é por isso.
— Eu… estou me esforçando?
— Não percebeu? Você está se dedicando muito. Admiro isso. E gosto de você. Eu não quero que você se machuque ou morra. Não sei por que você virou aventureira, mas é um trabalho perigoso. Se vai continuar com isso, quero que fique forte o suficiente para não morrer, mesmo que acabe ferida.
— Yuna, eu nem sei o que dizer…
— E tem um monte de homens na vida de aventureiro, né? Super injusto. Vamos nos ajudar quando der. Dê o seu máximo e fique muito forte. Promete?
— Eu prometo…
— Mas não tanto a ponto de ser imprudente.
— Pode deixar!

Horn disse isso quase radiante. Eu fiquei com ela até que sua mana acabasse. E sabe… dava pra ouvir em sua voz: talvez ela realmente tivesse o que era preciso.

 

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