Kuma Kuma Kuma Bear Volume 3 – Capitulo 69

Problemas Enquanto a Ursa Não Sabe de Nada

Era uma vez um certo feiticeiro. Dez anos atrás, esse feiticeiro foi banido da capital real. Tudo o que fez foi usar criminosos como sacrifícios para lançar sua magia, mas acabaram cortando um de seus braços e o banindo da cidade.

O feiticeiro jurou vingança.

– O que estão dizendo que eu fiz de errado?
– Eu não perdoarei aquele rei.
– Só a morte dele não será suficiente.
– Eu destruirei o reino sob seus cuidados.
– Eu o levarei à ruína.
– Eu massacraria seus cidadãos.
– Eu o faria provar o desespero.
– Mostrarei a ele a queda de seu país enquanto ainda respira.

Uma década se passou desde que fiz esse voto.

Reuni goblins, lobos e orcs. Dez mil, ao todo.
Consegui escravizar dez wyverns e um wyrm.
Finalmente, chegou a hora da minha vingança.

O homem se regozijava. Tinha finalmente chegado tão longe. Seu corpo estava abatido, o rosto sem vida. Viviam apenas para mostrar ao rei o verdadeiro significado do desespero. A magia que controlava os monstros drenava sua força vital. Ainda assim, se pudesse realizar sua vingança, até mesmo sua vida ele ofereceria.

Para começar, queria ver o rosto do rei tomado pela angústia. O homem seguiu para a capital real. Entraria sorrateiramente no castelo. Como já trabalhou lá no passado, conhecia um ou dois caminhos secretos. Invadiria o escritório do rei sem ser notado.

– Quem é você?

– Esqueceu de mim? Sou aquele que você exilou há dez anos. Ghoulzam.

– Ghoulzam…

O rei não havia reconhecido o homem enfraquecido e consumido. A ideia de que ele estivesse dentro do castelo era absurda.

– O que está fazendo aqui?

– Ora, vim vê-lo, é claro. Mas, por favor, não chame ninguém. Só quero conversar.

– Conversar?

– Neste exato momento, um exército de monstros foi descoberto e está lhe causando muita dor de cabeça.

– Como você sabe disso?

– Porque fui eu quem os reuniu para me vingar de você.

– Isso é uma vingança?

– Sim, vingança, rancor, ódio, repulsa… chame como quiser. Só quero ver seu rosto contorcido em agonia.

– Nesse caso, você já viu o suficiente.

– Ainda não. Quero vê-lo mergulhado no desespero, vendo os wyverns destruírem seu país, os orcs violando e matando seus cidadãos, e os goblins e lobos correndo soltos, massacrando as crianças.

Só de dizer isso, Ghoulzam parecia se deliciar.

– Você…

– Matar-me seria inútil. Não vim aqui sem preparar uma rota de fuga.

A mão do rei parou sobre o cabo da espada.

– Assim que eu lançar meu feitiço, os monstros avançarão sobre a capital. Provavelmente será atacada em poucos dias. A magia será ativada mesmo que eu morra. Não importa o que aconteça, tudo o que poderá fazer será assistir em silêncio.

– Este país tem aventureiros, soldados e cavaleiros. Não pense que será fácil fazer a capital cair.

– Não achei que cairia. Mesmo destruir metade dela já seria o suficiente. Estaria satisfeito se os wyverns destruíssem o portão e deixassem os monstros invadirem. Quantos cidadãos morreriam só com isso?

Um sorriso se formou no rosto de Ghoulzam.

– Os aventureiros já partiram para enfrentar os monstros. Também preparamos soldados. Podem até morrer, mas protegerão os cidadãos.

– Eles não são páreo para meu exército.

– O quê?

– Também preparei um wyrm poderoso. Os aventureiros serão um aperitivo delicioso antes do prato principal.

– Seu desgraçado!

– Se não conseguirem derrotar o wyrm, jamais conseguirão lidar com os goblins e lobos. O país será destruído. E eu verei a dor em seu rosto.

– Besteira!

– Não é besteira. Gastei minha própria vida neste feitiço… guh – Ghoulzam tossiu sangue. – Ele drena meu mana e minha força vital. É uma pena que não poderei ver seu sofrimento até o fim, mas me divertirei enquanto posso.

Ghoulzam invocou o feitiço. Todo seu mana começou a ser drenado. O pouco de vida que lhe restava se esvaía.

– Ghoulzam!

– O wyrm despertará, e meu exército avançará. Estarei assistindo… de longe.

Ghoulzam sorriu enquanto desaparecia.

– GHOULZAM!!!

O grito do rei não o alcançou.

– O que houve, majestade?!

Guardas reais chegaram correndo ao ouvir os gritos.

– Chamem Zhang imediatamente!

– Sim, senhor!

Os guardas fizeram continência e correram. Pouco depois, um senhor idoso com barba entrou no escritório. Era Zhang, o chanceler do reino.

– Chamou, Vossa Majestade?

– Reúna os cavaleiros, soldados e magos imediatamente e envie-os para derrotar os monstros.

– Ellelaura já está fazendo os preparativos.

– Avise-a que há também um wyrm entre os monstros. Que tomem precauções.

– Um wyrm, diz?

– Exatamente. Do contrário, muitos aventureiros da capital morrerão em vão.

– Majestade, de onde veio essa informação?

– Não temos tempo a perder. Explico depois. Agora, vá!

– Sim, senhor!

Zhang saiu às pressas do escritório.

– Por favor, que dê tempo…

Apesar de pensar isso, o rei não fazia ideia da destruição que aconteceria se enfrentassem o wyrm. Presumia que Ghoulzam havia escolhido esse dia por saber quantos estariam presentes para o festival. Se não conseguissem derrotá-lo, as perdas seriam incalculáveis. Primeiro, os aventureiros saíram da capital. No dia seguinte, partiram os cavaleiros, magos e soldados.

Alguns dias após o aparecimento de Ghoulzam, um relatório absurdo chegou.

Um aventureiro de rank A havia derrotado o exército.

O rei ficou sem palavras.

O relatório era uma carta da mestra da guilda dos aventureiros. Era confiável. Embora aliviado, o rei se perguntava quem era aquele aventureiro rank A. Estaria lá por coincidência? Ainda tinha muitas perguntas, mas ao menos sabia que o perigo havia passado. Depois disso, só restava encontrar Ghoulzam em algum lugar da capital real.

Porém, quando o rei estava sozinho em seu escritório, Ghoulzam apareceu do nada.

– O que está acontecendo? Por que os soldados e aventureiros voltaram? – Ghoulzam perguntou com voz fria e baixa.

– Parece que um aventureiro de rank A matou todos os monstros que você preparou.

– Um aventureiro de rank A? Isso é impossível. Eu os afastei.

– Também não entendo. Mas foi o que estava escrito na carta da mestra da guilda.

– Mentira… guh-huh – Ghoulzam vomitou sangue. – Minha vingança… terminará sem conquistar nada? E tudo por causa de um aventureiro desconhecido… Meu plano deveria ter sido perfeito…

Com o rosto tomado pelo desespero, Ghoulzam fitou o rei.

– Por quê? Por que está sorrindo?

– Acabou.

O rei sacou sua espada e derrubou Ghoulzam. Naquele estado, ele não tinha forças nem mesmo para tentar desviar. Tudo o que preenchia sua mente era o pensamento de que todos os seus esforços haviam sido em vão.

O rei chamou os guardas reais e ordenou que se livrassem do corpo de Ghoulzam.

– Preciso expressar minha gratidão àquele aventureiro.

Afinal, aquele aventureiro havia protegido a capital, bem como a vida dos cidadãos, aventureiros e soldados.

 

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