Kuma Kuma Kuma Bear Volume 2 – Capitulo 48

A Ursa Entrega Pudim

Meu próximo destino foi a residência dos Fochrosé. Eu não ligava muito para o Cliff, mas queria que a Noa experimentasse meu pudim.

Contei ao guarda no portão o motivo da visita. Ele já me conhecia, então pediu que eu aguardasse. Pouco depois, Noa veio correndo da entrada.

— Yuna! — disse ela, mergulhando no meu peito com tudo.

O impacto foi totalmente absorvido pela fantasia de urso.

— Quanto tempo, Noir.
— Pode me chamar de Noa. E então, você queria me ver por algum motivo? Mesmo que não quisesse, fico feliz de te receber!

— Fiz uma sobremesa nova. Queria que você experimentasse.

— Uma sobremesa? Já estou animada!

Puxando meu braço, Noa me levou para uma sala.

— Então, que tipo de comida é?
— Um doce feito com ovos de kokekko.

Tirei o pudim do meu armazenamento de urso — claro, não esqueci a colher.

Noa pegou a colher e provou uma colherada.

— Tá delicioso!
— Que bom que gostou.
— É a coisa mais gostosa que já comi!
— Está exagerando.
— Nada disso. É a primeira vez que como algo tão geladinho, doce, delicado e que derrete na boca.

— Bom, mulheres e crianças costumam gostar desse tipo de sabor.

Ela claramente não estava só elogiando — estava aproveitando cada colherada.

— Ué, já acabou…

O potinho estava vazio. Noa me olhou em silêncio, cheia de expectativa.

— Só mais um, tá?
— Obrigada!

Enquanto entregava o segundo pudim, alguém bateu na porta.

— Estou entrando, Noa. Ouvi dizer que a Yuna passou por aqui.

Cliff entrou na sala.

— Desculpe aparecer assim — falei.

— Não tem problema. O que vocês estão fazendo?

— A Yuna me deu um doce chamado pu-ding.

— Pudim?

Noa comeu outra colherada com um sorrisão no rosto. Aquela expressão de felicidade já valia a visita.

— É tão bom assim? — Cliff perguntou, olhando a filha com curiosidade.

— Tá uma delícia.
— Noa, posso experimentar um pouquinho?
— De jeito nenhum.
— Noa…
— Nem pensar! Foi presente da Yuna.

— Yuna?

Cliff olhou pra mim com cara de pidão. Um adulto fazendo isso não é justo.

— Tá bom, tá bom… mas me diga depois o que achou. Ainda é um protótipo, então não ajustei tudo.

— Isso é só um protótipo? — disse Noa. — Mas já é melhor que qualquer outro doce que eu conheço!

— Bom, é protótipo só porque ainda quero ajustar o nível de doçura.

Entreguei um pudim ao Cliff, que logo deu uma colherada.

— O que… é isso?

O rosto dele mudou.

— Nunca comi nada tão bom, nem mesmo na capital real.

Será que as confeitarias aqui são tão ruins assim? Ou será que o problema é a escassez de ovos?

As colheres de Cliff e Noa não paravam de se mover.

— Obrigado pela sobremesa, Yuna. Estava excelente.

— Que bom. Tem algo que você mudaria?

— Sinceramente? Não achei nenhuma falha.

— Pode ser sincero. Pode dizer que estava doce demais ou de menos.

— Eu preferiria um pouco menos doce. A primeira colher é ótima, mas depois fica meio enjoativo.

— Sério? Eu achei perfeito — disse Noa.

— Bom, o gosto varia entre adultos, crianças, e até entre homens e mulheres. Vou usar vocês dois como referência.

— Está pensando em abrir uma loja? — perguntou Cliff.

— Ainda não. Só pensei que, se as crianças do orfanato quiserem cozinhar ou fazer doces no futuro, poderia ser uma opção de carreira.

— Já está pensando assim tão à frente?

— Na verdade, pensei que seria ótimo poder comer pudim sem precisar fazer toda vez.

— Então você está guiando essas crianças… Você é uma adulta muito melhor que eu.

Recolhi os copinhos vazios e os guardei no armazenamento.

— Bom, precisava de mais alguma coisa?

Duvidava que Cliff tivesse ido até o quarto da filha só pra me ver.

— Sim. Tenho um pedido. Você poderia escoltar a Noa até a capital real?

— Até a capital?

— Sim. Teremos que comparecer à comemoração dos quarenta anos do rei, mas estou atolado de trabalho. Provavelmente só poderei sair em cima da hora, e não quero que a Noa tenha que correr por minha causa.

— Quando diz que está cheio de trabalho… está falando de mim, por acaso?

— Agradeço muito, de verdade. Mas é por causa disso, sim.

Que acusação injusta! Tudo aconteceu por culpa da negligência do próprio Cliff. Eu só descobri o problema. No fim, ele é que devia me agradecer.

— E vamos como? Terão outros escoltas?

Se tivesse mais gente, talvez eu recusasse — muita complicação. Viajar de carruagem então, nem pensar.

— Só você já é suficiente. Afinal, derrotou a Víbora Negra. E tem seus ursos de invocação para transporte, certo?

— Quer dizer que… vou poder andar nos ursos?! — Noa brilhou de empolgação.

— Seus ursos são mais rápidos que cavalos. Se surgisse algum perigo, vocês poderiam fugir facilmente.

No fundo, eu já queria visitar a capital. Então não tinha motivo para recusar.

— Certo, quando partimos?

— Se quiser sair mais cedo, amanhã está bom. Imagino que Noa queira ver a mãe o quanto antes.

Agora que mencionou… nunca vi a mãe da Noa por aqui. Achei que tivesse falecido. Mas acho que me enganei.

— Sua mãe mora na capital? — perguntei.

— Sim, ela trabalha lá.

— Nesse caso, que tal partirmos amanhã?

— Sério mesmo?!

— Você quer ver sua mãe logo, né?

Acabei aceitando ser escolta da Noa até a capital.

— Nesse caso, pode esperar um pouco, Yuna? Quero te entregar algo pra levar à minha esposa.

Cliff saiu e voltou logo com duas cartas e uma caixa grande.

— Pode entregar isso para Ellelaura?

— O que tem na caixa?

— A espada do Rei Goblin, que você me deu. Se algo acontecer, entregue isso a ela. Expliquei tudo na carta. Também gostaria que entregasse esta outra carta na guilda dos aventureiros. Pedi que tratem como uma missão formal.

Guardei a carta e a caixa com a espada no armazenamento de urso.

— Estarei esperando amanhã, Yuna.

— Eu também.

Deixei a residência dos Fochrosé para me preparar para a viagem.

 

Comentar

Options

not work with dark mode
Reset