Episódio 5 – Guilda
Depois de analisar o mapa que ganhei, decidi para onde ir. A maior cidade é a capital, seguida por uma cidade portuária e outra com minas. Havia também uma cidade na fronteira, recomendada para quem quer ganhar dinheiro e se fortalecer enfrentando monstros.
Optei por ir para Canum, uma cidade na fronteira que me recomendaram. Eu tinha uma identidade provisória, mas disseram que seria mais fácil se registrasse na guilda de aventureiros para entrar e sair da cidade temporariamente. Sem a identidade, não dá para ficar em lugares onde a guilda não convoca aventureiros.
Canum, sendo uma área com monstros frequentes, está sempre cheia de aventureiros. Decidi ir para lá, me teletransportei para a floresta próxima, mostrei minha identidade e paguei a taxa para entrar na cidade. Deixei Rishu cuidando da casa.
Apesar de ser chamada de cidade, Canum é pequena. Apenas lugares com muros e portões são reconhecidos como cidades. Por ser uma área com ataques de monstros, a cidade é cercada por muros imponentes. Outras cidades pedem para preencher formulários, mas aqui, como há muitos visitantes, a inspeção é mais branda, tentando atrair aventureiros e comerciantes. Desde que você consiga lidar com os monstros, um comportamento não tão exemplar parece ser aceito.
Andando pela cidade, fui me familiarizando com o que ouvi sobre este mundo. As roupas se destacavam, pois, apesar de comuns, eram novas. Então, comprei um manto com capuz em um brechó para me misturar melhor. Também procurei por sacos para armazenar alimentos, optando por sacos novos para evitar surpresas desagradáveis.
Canum é uma cidade cheia de diversidade. Tem aventureiros, comerciantes que lidam com eles e vendedores ambulantes que compram e vendem produtos em outras cidades. Apesar dos perigos dos monstros, a terra desbravada aqui se torna propriedade dos colonos, então muitos agricultores se arriscam a vir.
Dentro dos muros, as casas são pequenas e os prédios se expandem para cima, intensificando a sensação de desorganização. Em contraste, os campos de trigo do lado de fora são vastos e abertos. Mas se monstros vierem da floresta próxima, podem destruir tudo em pouco tempo.
Decidi que deixar para comprar lençóis e toalhas de linho quando visitar a capital, pois os daqui são ásperos. Vou precisar de uma espada e armadura também.
Os preços são caros, enquanto o custo da mão de obra é baixo, e em algumas áreas, até há comércio de escravos, o que é assustador. O clima e os monstros influenciam a colheita, então a produção agrícola é instável.
Por sorte, meu lar fica em uma área de clima estável e sem comércio de escravos, já que é proibido aqui.
Os monstros são animais possuídos por espíritos malignos, enquanto os possuídos por espíritos bons são chamados de bestas sagradas. Se começarem a falar, são considerados deuses ou demônios, dependendo das conveniências humanas.
Procurei uma loja de armas. A mulher que me deu a muda de videira foi de grande ajuda, e rapidamente mobilizou seus conhecidos para me recomendar três lojas: uma de armas, uma de armaduras de couro, e uma de armaduras metálicas.
Primeiro, fui à loja de armas e escolhi uma espada robusta que pudesse usar com uma ou duas mãos. Era semelhante às espadas em mangás de fantasia. Leve, balanceada, e fácil de manusear, foi a escolha certa para mim, que nunca usei outra arma além da minha espada inicial.
Na loja de armaduras, comprei uma roupa de couro com grande proteção, já que dizem que armaduras de metal são insuportáveis no verão.
Completei as compras com botas, luvas e equipamentos para cuidar do couro, além de duas facas.
Com tudo pronto, decidi ir à guilda de aventureiros no dia seguinte. Hoje, vou moer trigo, já que comprei um avental para isso.
Para não levantar suspeitas, aluguei um quarto na cidade antes de voltar para casa. Quero experimentar a comida local, mas vou pesquisar mais antes de arriscar.
Verifiquei uma barraca de comida em Canum e descobri que muitas salsichas têm botulismo. Tenho magia de cura, mas prefiro evitar riscos.
Plantei a videira no jardim de casa. Usando um pouco de “pó de crescimento”, logo a videira se enraizou e cobriu o pergolado com folhas. Sem frutos ainda, mas a videira está linda.
Após o almoço, passei a tarde moendo trigo. A estrutura do moinho é simples, mas eficaz, e o pó cai direto em sacos no subterrâneo, o que evita desperdícios.
O bosque ao redor é rico em fauna e flora. Usei avaliação para identificar árvores frutíferas e cogumelos.
Fiz um passeio, colhendo frutas e observando a diferença de temperatura ao longo da trilha. O dia foi produtivo, e à noite preparei uma refeição deliciosa com queijo gorgonzola derretido sobre massa fresca.
Pensei em experimentar vinho, mesmo sem ter idade legal para beber aqui.
Apesar de ter deixado a universidade para trás, estou aproveitando o conforto e a liberdade inesperada. Por enquanto, vou curtir essa nova vida.
Para segurança, fechei as janelas gradeadas antes de dormir. Rishu, o meu pequeno companheiro, começou a melhorar e espero que continue assim.
Notas de Tradução:
– Rishu: Companheiro animal do protagonista.
– “Pó de Crescimento”: Item mágico que acelera o crescimento de plantas.