Isekai wa Smartphone to Tomoni – Capítulo 44

Magia de Aceleração e a Festa

Capítulo 44 – Magia de Aceleração e a Festa.

Assim que a luta começou, o rei ferino partiu pra cima. Bloqueei o golpe com a espada de madeira, desviando com um giro do corpo. Recuei com um salto e tentei contra-atacar.

— Luz, perfure! Lança sagrada brilhante, [Javelina Brilhante]… — comecei a conjurar.

— Lento! — interrompeu o rei, avançando como um míssil e me empurrando com o escudo.

Perdi o equilíbrio e a magia foi cortada. Droga! Repeli a espada dele pra ganhar espaço e recuei de novo. Mas, como se tivesse previsto, ele avançou com um golpe mirando meu peito. Desviei por pouco, só pra ver outro golpe vindo direto pro meu pescoço. Um ataque duplo!? Virei a cabeça, e a espada passou zunindo do lado da minha orelha. Por pouco!

Não posso ficar na defensiva. Hora de atacar!

— [Múltiplo]! — conjurei.

Círculos mágicos começaram a surgir no chão ao meu redor.

— Hã!? — exclamou o rei, parando o ataque ao ver os círculos.

Era só um blefe pra fazer ele hesitar. Funcionou!

— [Impulso]! — conjurei, usando magia de reforço físico.

Com uma explosão de velocidade, avancei contra ele. “Te peguei!”, pensei, confiante.

— [Acelerador] — murmurou o rei.

Na mesma hora, a figura dele sumiu, e minha espada cortou o ar.

— O quê!? — exclamei, atônito.

Senti um movimento atrás de mim e, por reflexo, me abaixei. A espada do rei passou por cima da minha cabeça. Rolei pro lado, me reposicionei e tentei entender. Que raios foi isso?

— Você desviou disso? Nada mal, Touya! — elogiou o rei, rindo.

— Isso foi… uma magia sem atributo? — perguntei.

— Exato. Minha magia sem atributo, [Acelerador] — confirmou ele.

Sabia! Uma magia de aceleração. Ele ficou rápido demais, sumiu da minha vista. Não sei se é instantânea ou dura um tempo.

— Que tipo de magia é essa? — perguntei, curioso.

— Simples: aumenta minha agilidade. Também cria uma barreira mágica pra proteger o corpo na alta velocidade. Consome uma mana danada, então não dá pra usar o tempo todo. Mas normalmente ninguém reage a essa velocidade. Como você desviou? — explicou ele.

Então é puro aumento de velocidade, com uma barreira pra proteger o corpo. Faz sentido.

— Entendi. Boa magia — comentei.

— Né? — respondeu ele, orgulhoso.

— Então, vou usar também. [Acelerador]! — conjurei.

Num piscar de olhos, passei pelo rei, mas minha espada errou o golpe. Pera, que foi isso? Pensei que tinha acertado o tronco, mas acabei passando direto e só depois balancei a espada. Essa magia é difícil de controlar! O movimento parece descoordenado.

— Você… usou minha magia!? — exclamou o rei, pasmo.

— É, é meio complicada. Mas agora vou acertar — avisei.

Avancei de novo com [Acelerador], e ele respondeu com o mesmo feitiço. Nosso duelo virou um borrão de golpes, esquivas e saltos, como relâmpagos trocando espadadas. Aos poucos, fui me acostumando com a velocidade. Parece que o cérebro também acelera.

Pra quem tava assistindo, devia ser impossível acompanhar. Mas eu tinha um truque pra ir além do [Acelerador].

— [Impulso]! — conjurei.

BOOM! Minha velocidade dobrou. A magia de aceleração combinada com o reforço físico me deu uma rapidez absurda, impossível de seguir. Num instante, apareci atrás do rei e encostei a espada no pescoço dele.

— Xeque-mate — declarei.

— Não sei o que isso significa, mas parece que perdi — admitiu o rei, erguendo as mãos.

O juiz levantou a mão.

— Vencedor, Mochizuki Touya-dono! — anunciou.

A arena explodiu em aplausos. Achei que iam vaiar por eu derrotar o rei deles, mas parece que foi só preocupação minha.

— Não imaginei que você também usasse [Acelerador]. Eu tava meio convencido de que minha magia era imbatível. Preciso me corrigir — disse o rei, com um tom sério.

— Haha, é… — desconversei, rindo.

Magias sem atributo são únicas, então é raro encontrar alguém com a mesma. Não culpo o rei por se surpreender. Mas, convenhamos, copiar a magia dele foi meio trapaça. E, cara, não consegui usar nenhuma magia de atributo. Ele interrompia meus cânticos toda hora. Normalmente, magos ficam na retaguarda, né? Seria legal se eu pudesse lançar magias sem cântico, como as sem atributo…

 


 

Naquela noite, rolou uma festa no palácio. Não era nada muito chique, mais uma celebração pela volta de Olga-san e uma recepção pra Yumina, a princesa de Belfast. Tinha conselheiros, nobres importantes e grandes comerciantes.

Não precisava de traje formal, mas me enfiaram numa roupa meio exótica: túnica branca folgada, colete preto, cinto azul largo e um pano branco enrolado no corpo. Se colocasse um turbante, ia parecer o Aladdin ou o Simbad.

A festa era em estilo buffet, com todo mundo conversando e comendo à vontade. Yumina, Elsie, Lindsey e Yae ainda não tinham aparecido. Deviam estar se arrumando. Kohaku tava com elas, então não ia rolar nada estranho.

— E aí, Touya-dono. Essa roupa caiu bem em você — disse Lyon-san, se aproximando com uma taça de champanhe.

Ele trocou a armadura por um fraque, e, como vem de uma família de barões, parecia bem à vontade num evento assim.

— Eu não podia usar algo tipo o que você tá vestindo? — reclamei.

Não é questão de cair bem ou não, mas ficar do lado de Lyon-san com a mesma roupa ia me fazer sentir inferior. O cara é muito galã pro meu coração de vidro aguentar.

— Por sinal, cadê a Olga-dono? — perguntou ele, tentando parecer casual.

— Não vi ela por aqui — respondi, olhando ao redor.

Ele tava todo inquieto, claramente querendo saber da Olga-san, a outra homenageada da festa. Devia estar se arrumando também. Sorri pro cavaleiro nervoso e dei uma olhada no salão.

— Touya-san! — chamou uma voz, e senti um impacto na cintura.

Olhei pra baixo e vi orelhinhas de raposa mexendo. Era a Alma, num vestidinho adorável.

— Oi, Alma — disse, fazendo carinho na cabeça dela.

Atrás dela, veio um homem corpulento, de barba branca, com um sorriso amigável. Tinha orelhas de raposa com fios brancos e uma cauda longa e fofa. Devia ser…

— Prazer, sou Olba, pai da Alma — apresentou-se ele.

Bingo. Apertei a mão dele, notando que até as orelhas e a cauda tinham fios brancos. Então é assim que envelhecem.

— Mochizuki Touya. Touya é meu nome, Mochizuki é o sobrenome — expliquei.

— Oh, você é de Eashen? — perguntou ele.

Fazia tempo que não ouvia essa.

— S-sou Lyon Blitz, da Primeira Ordem de Cavaleiros de Belfast! — apresentou-se Lyon-san, gaguejando.

Mano, tá nervoso demais! Ele apertou a mão de Olba-san, claramente tenso. Faz sentido, já que Olba-san é pai da Olga-san também.

— Muito obrigado por protegerem minhas filhas — agradeceu Olba-san.

— N-não há de quê! É nossa missão! — respondeu Lyon-san, gaguejando de novo.

Tá muito na cara, cara. Não era pra ajudar, mas resolvi puxar conversa.

— Olba-san, você trabalha com o quê? — perguntei.

— Sou comerciante. Trago várias coisas boas de Belfast — respondeu ele.

Comerciante, hein? Parece que lida com de tudo um pouco.

— Ultimamente, tô tentando conseguir algo chamado “shogi” pra vender aqui. Ouvi que até o rei de Belfast gosta de jogar — disse ele.

— Shogi? — perguntei, surpreso.

Quando isso virou moda? Pelo jeito, Olga-san mencionou numa carta, e Olba-san ficou interessado.

— Tenho um conjunto de shogi. Posso te passar um — ofereci.

— Sério? Seria ótimo! Sempre quis ver um de verdade — respondeu ele, animado.

Deixei um conjunto de shogi que fiz na viagem dentro da carroça.

— Então, amanhã te entrego. Lyon-san, pode levar pra casa do Olba-san? Olga-san sabe as regras, ela pode ensinar — sugeri.

— Eu!? — exclamou Lyon-san, em pânico.

— O pai do Lyon-san é o general Leon, homem de confiança do rei de Belfast. Ele joga shogi com Sua Majestade — comentei.

— O general Leon? Ora, seria um prazer recebê-lo em casa pra conversar — disse Olba-san, sorrindo pra Lyon-san.

Como barão, Lyon-san tem um bom status pra ser genro do Olba-san. Tomara que ele goste do Lyon-san, mas, no fim, é com os dois que a coisa vai. Não vou me meter.

— Certo! Visitarei em breve! — disse Lyon-san, ficando em posição de sentido.

Mano, ele é rígido demais. Tava pensando se ele ia dar conta, quando a festa ficou agitada de repente.

— Que foi isso? — murmurei, olhando ao redor.

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