Depois de terminar o jantar, corri direto pro meu quarto.
Queria me preparar pra ir à vila de pobreza, mas… não fazia ideia do que levar.
É só uma visita pra ver como estão as coisas, então não preciso de nada, né?
— Ari! O Duke-sama veio te visitar! — gritou uma voz.
Como é que é?
Era a voz do Albert-nii-sama, mas devo ter ouvido errado, né?
— Ari! — chamou ele de novo.
Pelo visto, não foi minha imaginação. Saí do quarto e fui até a sala de visitas.
O Duke-sama vindo me visitar? O que tá acontecendo? A gente mal conversou até agora!
No jogo, a Alicia era completamente louca por ele, mas eu, que sei como essa história termina, não caí nessa. Nada de ficar derretida por ele.
Então, qual é o motivo pra ele querer me ver? Não faço a menor ideia.
Quando entrei na sala, lá estavam Albert-nii-sama e Duke-sama.
Fiz uma leve reverência e cumprimentei os dois.
— O Duke-sama disse que tem algo pra te dar, Ari — disse Albert-nii-sama antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa.
Eu fiquei lá, piscando sem entender, quando Duke-sama se aproximou com aquele olhar gentil.
Esse cara é perigoso mesmo. Com um rosto desses vindo na minha direção, meu coração quase pula pela boca.
Dava pra sentir meu pulso acelerando.
— Um pouco atrasado, mas… feliz aniversário — disse ele, me entregando uma caixinha.
Fiquei paralisada. Sério? Nunca imaginei que o Duke-sama me daria um presente de aniversário!
No jogo, ele nunca deu nada pra Alicia. Nem um mísero presentinho.
Por um segundo, cheguei a pensar: Será que ele tá a fim de mim? Mas, espera aí, ele é cinco anos mais velho! Pra ele, eu devo ser tipo uma irmãzinha, né?
Ainda assim, a gente mal se fala, então não entendo por que ele tá me dando um presente.
— Muito obrigada, Duke-sama — respondi, pegando a caixinha.
— Posso abrir? — perguntei.
— Claro — disse ele.
Abri a caixa com cuidado e… tomei um susto tão grande que a fechei na mesma hora.
Eu vi errado, né?
— Não gostou? — perguntou Duke-sama, parecendo preocupado.
— N-não, não é isso! É que… — gaguejei, tentando me explicar. Abri a caixa de novo pra confirmar. — Isso é…?
— Um colar — respondeu ele, calmamente.
— Não, quer dizer, a pedra no meio… — insisti.
— Ah, é um diamante — disse ele, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Eu sabia!
Um diamante!? Mesmo sendo filho do Rei, não é meio exagerado dar uma coisa dessas pra uma garota de oito anos?
— Ari, se você não odeia o Duke-sama, é melhor aceitar o presente com gratidão — disse Albert-nii-sama, percebendo minha cara de choque.
Odeiar? Pelo contrário, eu gosto dele!
Fiz uma reverência bem caprichada e agradeci de novo.
Uma vilã não deveria se abalar por uma joia cara, mas, cara, essa é de deixar qualquer um em choque.
— Bom, minha visita era só pra isso. Até mais — disse Duke-sama, saindo da sala.
Sério? Ele veio até aqui SÓ pra me dar o presente?
— Não vai conversar com o Albert-nii-sama nem nada? — murmurei, mas ele já tinha ido.
Fiquei tão chocada que esqueci de me despedir direito.
Abri a caixa de novo pra olhar melhor. É um diamante mesmo.
Neste mundo, o valor de um diamante é absurdamente maior do que no meu mundo anterior. E ele deu isso como presente… pra uma garota de oito anos!
Minha cabeça ainda não conseguia processar o que tinha acabado de acontecer.
Olhando de perto, notei que o diamante tinha um leve tom azulado, brilhando de um jeito quase hipnotizante.