Fui Teletransportado para o Meio de uma Montanha – Episódio 10

A Cidade Real e Leon

Episódio 10 – A Cidade Real e Leon

Eu me teletransportei próximo ao portão principal da cidade real. As condições para o local de chegada é que não pode haver obstáculos, nem estar sobre a água ou em lugares perigosos, e que não esteja à vista de outras pessoas. Não seria nada bom acabar dentro de uma parede.

Hoje vou dar uma volta pela cidade real e comprar alguns tecidos. Se encontrar uma livraria, melhor ainda. Enquanto isso, vou usar minha habilidade de análise em tudo que puder, para estar preparado para o futuro.

A cidade real se encontra aos pés de uma montanha rochosa. As casas dos nobres, que mais parecem parte de uma fortaleza, e o castelo real estão grudados na montanha. Os telhados das casas têm um tom laranja, e as paredes têm a mesma cor da montanha. É raro ver casas com telhados, já que muitas têm apenas paredes levantadas com corredores no topo.

Entrei na cidade pelo portão principal, onde há uma torre de vigia. O processo de entrada foi mostrar a moeda da guilda comercial e pagar a taxa de passagem. Como já tiveram meu registro ao fazer a moeda, só precisaram verificar o número de registro.

Enquanto estava na fila, vi um homem que parecia amigável ser levado para dentro da torre. Será que deu algum problema?

Logo chegou a minha vez.

— É a primeira vez que venho à cidade real. Tem algum mapa ou alguém que possa me guiar? — perguntei enquanto preenchia os documentos.

— Aqui está um mapa simples. Se for para compras, a guilda comercial pode te guiar, mas cuidado para não ser persuadido a comprar demais. Na praça adiante, você pode pagar algumas moedas para crianças te guiarem, mas a qualidade pode variar — respondeu o guarda.

Paguei pelo mapa e, como dica, ele me disse para procurar um rapaz chamado Leon, de cabelo azul acinzentado, perto do poço.

Ao entrar na cidade, vi lojas com entradas em arco dos dois lados. Imaginei que seria mais espaçoso, mas as ruelas eram estreitas, mais do que em Azil. As construções parecem conectadas umas às outras, tornando as ruas um pouco sombrias, mesmo em pleno outono.

Conforme caminhava pela rua inclinada, cheguei a uma praça iluminada. Em frente, havia um edifício que parecia uma igreja com uma torre de sinos, reluzindo ao sol. No centro da praça, em vez de uma fonte, havia um poço.

Encontrei Leon facilmente, já que não havia ninguém ao redor do poço. Pensei que fosse uma criança, mas era um jovem. Talvez tenha confundido a cor do cabelo.

— Com licença, você é o Leon? — perguntei.

— Sim, sou eu — respondeu o jovem levantando o olhar. Seu rosto era sério, com uma carranca impressionante.

Entendi por que ninguém se aproximava do poço. Seu olhar era assustador.

— Ouvi dizer que você poderia me mostrar a cidade… — comecei a dizer, hesitante.

Será que era um engano? Comecei a achar que deveria ficar longe dele.

— Um guarda disse isso? — ele perguntou, confuso.

— Talvez tenha sido um engano — tentei recuar.

— Não, deve ser destino. Estou livre agora, posso te guiar — disse Leon, com uma gentileza inesperada.

— Então, poderia me levar aos locais interessantes da cidade, e indicar alguma loja de roupas, tecidos, utensílios e um bom lugar para comer? — perguntei.

Ele me pareceu mais gentil do que sua aparência sugeria.

— O melhor lugar para se ver é o topo da fortaleza, mas pessoas comuns não têm acesso — respondeu.

Parece que ele não é uma pessoa comum.

— Ainda é cedo para comer, mas conheço uma loja famosa de roupas na cidade real — continuou ele.

Seguimos por uma ladeira. Quando algo chamava minha atenção, Leon parava e me dava uma breve explicação.

— A propósito, qual é aquele grande edifício na praça? — perguntei.

— Deve ser o ‘Ramo dos Espíritos’. É um lugar onde os espíritos gostam, com jardins e água corrente — explicou.

Ah, este mundo acredita em espíritos, lembrei.

— Deveria ter te levado lá — ele se desculpou.

— Na volta, passo por lá. Por que as casas aqui são grudadas? — perguntei, mudando de assunto.

— O espaço dentro das muralhas é limitado. Além disso, a largura das casas voltadas para a rua influencia os impostos. Compartilhar paredes ajuda a dividir os custos — explicou Leon.

Enquanto caminhávamos, aprendi sobre os impostos locais e que os moradores raramente saem da cidade.

Chegamos à loja de roupas. Apesar da aparência simples do edifício, fui surpreendido ao descobrir que era uma loja de alta costura.

— Senhorita Adelhaide — um homem corpulento nos recebeu, ansioso.

— Teim, quanto tempo. Hoje estou aqui para ajudar este cavalheiro — respondeu Leon.

Fui levado a um quarto privado, onde fiquei um pouco desconfortável com o luxo, foi-me oferecido chá.

— Sou o dono, Teim Kaar. Desculpe pela recepção abrupta — disse ele.

— Sou Gene — respondi.

Leon pediu para que cuidassem de minhas roupas antes da conversa paralela recomeçar.

Fiquei quieto enquanto me mediam para um traje sob medida, algo que nunca imaginei. Fiquei mais preocupado com a escolha dos botões!

Notas de tradução:

  • Análise: Habilidade do protagonista que permite identificar informações sobre objetos ou pessoas.

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